Maior clássico do futebol de São Paulo, o Derby Paulistano definirá o campeão brasileiro feminino de 2021. Neste domingo (12), às 21h (horário de Brasília), Palmeiras e Corinthians começam a decidir, no Allianz Parque, o título deste ano da Série A1 (primeira divisão). A partida de volta será domingo que vem (19), às 20h, na Neo Química Arena.
Vai pegar fogo! 🐷 🦅
Marca na agenda, coloca o alarme no despertador… Anota aí todos os detalhes dos dois jogos da grande final do #BrasileirãoFemininoNeoenergia! 🇧🇷 pic.twitter.com/P8Y1DD3ek0
— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) September 8, 2021
O duelo opõe os times que fizeram, desde a primeira fase, as melhores campanhas da competição. O Timão é a equipe que mais pontuou (50), venceu (16) e marcou gols (60), além de ser a defesa menos vazada (16). O Verdão é o segundo colocado de todas as estatísticas, com 46 pontos, 14 vitórias, 55 gols a favor e 17 sofridos. O duelo anterior entre os rivais terminou empatado em 1 a 1, no Parque São Jorge, com a lateral Bruna Calderan abrindo o marcador para as Palestrinas e a atacante alvinegra Vic Albuquerque deixando tudo igual.
O embate envolve times com históricos diferentes na modalidade. O Corinthians teve o futebol feminino reativado há seis anos. Desde então, chega pela quinta vez à decisão do Brasileiro, com dois vices (2017 e 2019) e dois títulos (2018 e 2020). Neste período, o Timão também conquistou duas vezes a Libertadores (2017 e 2019) e o Campeonato Paulista (2019 e 2020).
A manutenção da base ao longo das campanhas é um dos trunfos do Alvinegro, que tem se mantido competitivo mesmo se perde alguma atleta. Após a Olimpíada de Tóquio (Japão), por exemplo, as atacantes Gabi Nunes e Giovana Crivelari deixaram o clube. Mesmo assim, o Corinthians venceu os quatro jogos que fez pelo mata-mata do Brasileiro com autoridade, marcando 16 gols (média de quatro por partida).
“Nós voltamos muito bem depois da Olimpíada. O Arthur [Elias, técnico] soube treinar bem as meninas no tempo que ficamos fora. O elenco estava com uma alegria grande. Então, quando voltamos e sentimos essa alegria das meninas, isso motivou ainda mais. Sabíamos que tínhamos mais coisas a construir nesse segundo semestre e estamos mostrando isso. Em todos os jogos desde o retorno [do Brasileiro], o Corinthians tem mostrando essa união e coletividade”, destacou a lateral corintiana Tamires, que esteve com a seleção brasileira em Tóquio.
O Palmeiras, que retomou a modalidade em 2019, modificou de forma significativa o elenco após estrear na elite do Brasileiro em 2020, quando chegou à semifinal, sendo eliminado justamente pelo Corinthians (a zagueira Rafaelle e a atacante Bia Zaneratto, emprestadas por clubes chineses, deixaram o Verdão após Tóquio). Entre as caras novas desta temporada estão três jogadoras que, no ano passado, bateram na trave na busca pelo título nacional: a lateral Bruna Calderan, a volante Júlia Bianchi e a meia Duda Santos. O trio foi vice-campeão pelo Avaí/Kindermann, fez parte do pacotão de reforços trazidos no início do ano e tem a chance da “revanche” contra as alvinegras, que as superaram na última decisão.
“As contratações surtiram efeito. A gente realmente chegou aqui e vestiu a camisa, honrando o que é ser Palmeiras. No ano passado, o elenco já era muito bom. Esse ano, acho que está um pouco mais forte e disputado. O entrosamento veio com os treinos, com as brincadeiras no vestiário. Todo mundo se uniu de verdade. Vimos que juntas poderíamos chegar longe. Esse grupo cresceu muito dentro e fora de campo”, enalteceu Duda Santos, em entrevista à Agência Brasil.
“No ano passado, fizemos uma competição muito boa [pelo Avaí/Kindermann], tínhamos um elenco maravilhoso. Acho que o grupo fez com que chegássemos à final. Esse ano, tivemos que conquistar o nosso espaço e mostrar porque merecíamos vestir esta camisa. Será uma final muito boa, dois bons jogos de serem assistidos. Confesso que estou um pouco mais ansiosa para essa final”, completou a meia alviverde.
O Brasileiro Feminino é organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde 2013. De lá para cá, seis clubes diferentes ficaram com a taça. Com dois títulos, o Corinthians divide o posto de maior campeão com a Ferroviária (2014 e 2019). O Palmeiras busca entrar na lista de vencedores, que ainda tem Centro Olímpico (2013), Rio Preto (2015), Flamengo (2016) e Santos (2017).