Saúde mental na infância e adolescência



Políticas públicas de saúde mental infantojuvenil são fundamentais para tratar transtornos e evidenciar a importância de cuidar do emocional

Falar em saúde mental, às vezes, pode parecer tabu para algumas pessoas, quando o assunto envolve crianças e adolescentes, a resistência em discutir o tema é ainda maior. “É na infância que o indivíduo forma suas ideias e conceitos sobre a vida e tudo ao seu redor. Logo, todas as relações influenciam nessa formação, por isso, a importância em prestar atenção em cada atitude e comportamento”, revela a psicóloga Telma Oliveira.

A saúde mental da infância, no campo das políticas públicas de saúde, é recente. O marco foi a III Conferência Nacional de Saúde Mental, em 2001, quando o assunto foi tratado pela primeira vez. “O relatório da conferência indicou que a construção de uma rede de atenção à saúde mental infantil começaria pela criação dos Centros de Atenção Psicossocial para a nfância, os CAPSi”, lembra.

Além da discussão ser recente, por vezes, o assunto é marginalizado. No Brasil, entre 1980 e 2006, somente nove trabalhos foram publicados, registrando taxas de prevalência entre 12,6 e 35,2%, quando os informantes eram os pais ou a criança, ou entre 7 e 12,7%, quando foram utilizadas entrevistas diagnósticas estruturadas. “Significa dizer que, para uma expressiva parcela da população brasileira, não há estudos epidemiológicos suficientes no campo da saúde pública para dimensionar as consequências do sofrimento psíquico das crianças e também de suas famílias,  como avaliar a eficácia e efetividade das ações que  tomadas pela esfera pública”, acrescenta Telma.

Como ter políticas mais efetivas?

Mesmo que a discussão sobre saúde mental infantojuvenil seja recente e com poucos estudos, alguns progressos foram possíveis. “A CAPSi foi importante marco, hoje, ela atende até a faixa etária de 17 anos e conta uma equipe multiprofissional para dar suporte, diagnóstico e tratamento para os assistidos. Ela deve estar presente em todos municípios com mais de 200 mil habitantes”, conta.

Tratar o tema desde os primeiros anos de vida, além da conscientização, também mostra a importância de tratar problemas relacionados à saúde mental desde cedo. “Muitos adultos com transtornos psicológicos, tiveram esses problemas desenvolvidos durante a infância ou adolescência, se o diagnóstico fosse feito na época, poderia evitar um agravamento do quadro. Dessa forma, fica evidente que a busca por políticas públicas de saúde mental infantojuvenil é de interesse geral”, finaliza.

Fonte: Telma Oliveira, psicóloga e neuropsicológica

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