Preço do material escolar sobe até 30% para lojista; veja como economizar



[ Folha Press ]

Para os fabricantes, o aumento está atrelado aos preços das matérias-primas. Papel, papelão, cola, tinta, plásticos e metal estão bem mais caros –em alguns casos o aumento chega a 100%. 

Antes de ir às compras do material escolar de sua filha, a nutricionista Elaine Dias fez uma varredura no que tinha em sua casa. Lápis de cor, canetinha, caderno: muitos dos itens estavam quase intactos, uma consequência das aulas remotas pela pandemia do coronavírus.

Yasmin, que acaba de ir para o 2º ano do ensino fundamental, começou a ter aulas de casa no início de 2020 e só voltou ao presencial no meio do ano passado. O que foi subutilizado nesse período foi para a mochila deste ano. “Mesmo assim foi quase 30% a mais do valor que eu gastei no ano passado”, calcula a mãe.

A impressão da nutricionista bate com o levantamento da ABFIAE (Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares). Segundo a entidade, o preço repassado da indústria para o varejo foi 15% a 30% maior em 2022, segundo Sidnei Bergamaschi, presidente da Tilibra e da associação.

Para os fabricantes, o aumento está atrelado aos preços das matérias-primas. Papel, papelão, cola, tinta, plásticos e metal estão bem mais caros –em alguns casos o aumento chega a 100%. “Embalagem, com a pandemia, aumentou uma enormidade”, afirma Bergamaschi. Na conta entra também a energia: a seca fez os reservatórios de hidrelétricas minguarem e as usinas termelétricas, mais custosas, entrarem em operação.

Já os importadores sentem a alta do dólar, que fechou 2021 cotado a R$ 5,57, e o caos logístico global provocado pela crise sanitária. “Antes da pandemia, a importação de contêiner custava US$ 2.000. Agora está na faixa dos US$ 11 mil”, diz Bergamaschi.

O empresário diz que não é possível comparar 2022 com o ano passado, quando a volta às aulas foi praticamente inexistente para a indústria. Mas mesmo em relação a outros anos, o aumento é significativo: o reajuste costumava ficar entre 7% e 12%.

Para este ano, a indústria está otimista, mas não alimenta esperanças de chegar ao nível pré-pandemia. “Provavelmente isso vai acontecer somente em 2023, se tudo correr bem”, afirma Bergamaschi.

Uma pesquisa do Procon-SP realizada no início de dezembro mostra que cotar preços em diferentes estabelecimentos faz diferença. A fundação comparou os valores de 79 itens comuns em listas de materiais em oito sites diferentes.

A maior diferença de preço passou de 380%. Foi uma caixa de massa de modelar que estava R$ 2,70 em uma loja, enquanto outra a ofertava por R$ 12,99.

•Imagem: JNH.

 

 

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