Academia Mineira de Letras abre inscrições para curso on-line sobre a Epopeia de Gilgámesh, ministrado por Jacyntho Lins Brandão

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Jacyntho Lins – Foto Foca Lisboa – Divulgação.

Uma live de apresentação será realizada no dia 28/03. Inscrições podem ser feitas até 11/04;
As aulas começam dia 13/04

A Academia Mineira de Letras oferece, entre os meses de abril a junho, o curso “A epopeia de Gilgámesh”, ministrado pelo professor Jacyntho Lins Brandão, tradutor do poema para o português. Para apresentar o curso, o público poderá conferir o lançamento em uma transmissão ao vivo no dia 28 de março, às 20, no Instagram da AML, com entrevista de Jacyntho Lins Brandão pelo professor Bernardo Lins Brandão. A partir dessa data será possível inscrever-se no curso pelo site www.academiamineiradeletras.org.br. As inscrições vão até o dia 11 de abril.

As aulas terão início já no dia 13 de abril, com 20 horas a serem cumpridas até 1º. de julho. Os encontros online com o professor e acadêmico Jacyntho Lins Brandão ocorrem sempre às quartas-feiras, das 19h30 às 21h.

Considerado nas listas de reis sumérios o quinto governante pós-diluviano da cidade de Úruk, é possível que Gilgámesh tenha de fato reinado, na qualidade de um rei-sacerdote, por volta do século 27 a.C. Os poemas a ele relativos foram conservados em tabuinhas de argila, na escrita cuneiforme, os primeiros registros aparecendo no século 22, em breves relatos compostos em sumério. De cerca de 1700, sempre antes da era comum, são os primeiros poemas em acádio, que articulam numa narrativa única os vários episódios da matéria de Gilgámesh, sempre recontados e retrabalhados, até a versão clássica, do século 12 a. C., atribuída ao sábio exorcista Sin-léqi-unnínni.

Basta considerar essas datas para que se constate que Gilgámesh é o primeiro dos heróis de que se tem notícia, sua saga sendo tecida em torno de temas como a vida civilizada, o valor da amizade, o confronto entre deuses e homens, o desejo de imortalidade e a resignação com a mortalidade enquanto fado inerente à natureza humana. Foi isso que ele aprendeu com Uta-napíshti, o sobrevivente do dilúvio, o qual conta ao herói a história da inundação enviada pelos deuses, num relato anterior ao da Bíblia em quase quinhentos anos.

O curso tratará dos vários poemas sobre Gilgámesh, fazendo uma leitura detalhada da versão clássica, a partir das tabuinhas descobertas no Iraque e decifradas entre 1872 e 2014.

O programa do curso

O curso contará com o seguinte programa em suas aulas:

 

  1. Introdução: Quem foi Gilgámesh? A formação da lenda heroica. As primeiras referências e os primeiros textos sobre o rei. A descoberta dos poemas no final do século 19

  2. Os poemas sumérios (séculos 21 a. C.)

  3. A versão babilônica antiga: Proeminente entre os reis (séc. 18 a. C.)

  4. A versão babilônica clássica: Ele que o abismo viu (séc. 13 a. C.)

    1. Autoria, características e contexto sapiencial

    2. Gilgámesh e Úruk

    3. Enkídu e a prostituta

    4. A amizade dos heróis

    5. A morte de Humbaba, guardião da Floresta de Cedros do Líbano

    6. A recusa de Ishtar e a vitória contra o Touro do Céu

    7. A morte de Enkídu

    8. A busca da imortalidade por Gilgámesh e o aprendizado da finitude humana

  5. A tabuinha 12 da versão babilônica clássica: Gilgámesh, Enkídu e o mundo dos mortos

Sobre Jacyntho Lins Brandão:

Jacyntho Lins Brandão é professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, onde lecionou língua e literatura grega de 1977 a 2018, tendo exercido ainda os cargos de diretor da Faculdade de Letras (1990-1994 e 2006-2010) e vice-reitor da UFMG (1994-1998). Doutor em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo (1992), foi professor-visitante da Universidade de Aveiro, em Portugal (1998-1999). É sócio-fundador da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, da qual foi o primeiro secretário (1985-1987), além de presidente (1991-1993) e tesoureiro (2004-2005). Desde 2018 é membro da Academia Mineira de Letras.

Publicou livros sobre a literatura grega, A poética do hipocentauro: literatura, sociedade e discurso ficcional em Luciano de Samósata (Editora UFMG, 2001), A invenção do romance (Editora UnB, 2005), Antiga musa: arqueologia da ficção (Relicário, 2015). Traduziu, do grego, Como se deve escrever a história, de Luciano de Samósata (Tessitura, 2009), bem como, do acádio, Ele que o abismo viu: epopeia de Gilgámesh (Autêntica, 2017) e Ao Kurnugu, terra sem retorno: descida de Ishtar ao mundo dos mortos (Kotter, 2019). Do francês medieval traduziu O romance de Tristão (Editora 34, 2020). É autor ainda de obras de ficção e poesia: Relicário (José Olympio, 1982), O fosso de Babel (Nova Fronteira, 1997), Que venha a Senhora Dona (Tessitura, 2007), Mais (um) nada (Quixote+Do, 2020).

SERVIÇO:

Live Gilgámesh, com Jacyntho Lins Brandão e Bernardo Lins Brandão

Dia 28 de março, às 20h

Acesso: Instagram da AML @amletras

Participação gratuita

Curso Gilgámesh, com Jacyntho Lins Brandão

Quartas-feiras, das 19:30 às 21 horas

Inscrições: de 28 de março a 11 de abril, pelo site (academiamineiradeletras.org.br).

Curso completo: de 13 de abril a 1º. de julho

Valor: R$ 400 (inteira), com desconto de 50% para estudantes.

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