Doze escolas disputam título do Grupo Especial do carnaval do Rio



Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro começam na noite de hoje (22) na avenida Marquês de Sapucaí, depois de dois anos sem desfiles na passarela do samba por causa da pandemia de covid-19. Doze agremiações disputam o título de grande campeã do carnaval.

Como nos anos anteriores, os desfiles são divididos em dois dias. Entre a noite de hoje e a madrugada deste sábado (23) entram na avenida as primeiras seis escolas.

A primeira a desfilar, às 22h, será a Imperatriz Leopoldinense. A agremiação de Ramos, que tem oito títulos no currículo, retornou ao Grupo Especial este ano depois de ser campeã do grupo de acesso em 2020. Ela apresentará um enredo sobre o carnavalesco Arlindo Rodrigues.

Em seguida, o público verá no Sambódromo a Mangueira, primeira campeã do carnaval, há 90 anos, e detentora de 20 títulos, ficando atrás apenas da Portela. O enredo este ano homenageará três figuras do samba e da própria comunidade: Cartola, Jamelão e Delegado.

Cultura negra

Acadêmicos do Salgueiro, escola da Tijuca, na zona norte da cidade, será a terceira escola a passar pela Marquês de Sapucaí e buscará seu décimo título com um enredo sobre locais de resistência da cultura negra no Rio de Janeiro.

A quarta escola será a São Clemente, agremiação da zona sul da cidade que busca o título inédito, com uma homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, que morreu em 2021 vítima da covid-19.

Em busca do tricampeonato, a atual campeã Unidos do Viradouro, de Niterói, lembrará do carnaval de 1919, ocorrido depois da pandemia de gripe espanhola.

Encerrando o primeiro dia de desfiles, a Beija-Flor de Nilópolis levará para a avenida o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”, sobre a contribuição intelectual negra para construção de um Brasil mais africano.

Segurança

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), responsável pelos desfiles do Grupo Especial, informou que garantirá a escolta de carros alegóricos para evitar novos acidentes, como o que feriu com gravidade a menina Raquel Antunes, de 11 anos, no primeiro dia de desfile da Série Ouro, na quarta-feira (20).

A obrigatoriedade de garantir a escolta dos carros no trajeto entre o Sambódromo e os barracões das escolas foi determinada pela Justiça do Rio na noite de ontem.

A Justiça também pediu que a Polícia Militar e a Guarda Municipal façam o patrulhamento das ruas do entorno para evitar que as pessoas se aproximem das alegorias.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), a Guarda Municipal e a Polícia Militar informaram que já estão cumprindo a decisão judicial.

O Corpo de Bombeiros disse que nenhuma das escolas de samba protocolou a regularização de seus carros alegóricos junto à corporação e que, por isso, a liberação cabe às ligas que organizam os desfiles. Segundo os bombeiros, quando isso acontece as ligas assumem – junto com as escolas – os riscos de possíveis acidentes.

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