O músico Celson Ramos faleceu neste domingo, 8 de maio. Ele foi vítima de um infarto fulminante, a poucos dias de completar 56 anos
Multi-instrumentista, produtor e arranjador muito querido e reverenciado pelos profissionais com quem trabalhou durante sua extensa carreira, Celson Ramos nasceu em 19 de maio de 1966, na cidade mineira de Manhuaçu, onde iniciou sua educação musical estudando piano. Em seguida, desenvolveu-se de forma autodidata, explorando as sonoridades dos mais variados instrumentos, como bateria, baixo, percussão, guitarra, violão de 12 cordas e teclados eletrônicos.
Além disso, tinha o dom de orquestrar vocais, criar arranjos e era também muito habilidoso na direção de estúdio. “Ele sabia fazer mágica com os recursos da mesa de gravação, que dominava como poucos”, diz o escritor e compositor Silão, um de seus amigos e parceiros na música. Celson produziu, dividiu arranjos e participou como instrumentista dos três álbuns de Silão, sendo o mais recente, “Silão & Tribo Amorosa”, talvez seu último trabalho lançado. Trabalhou também com artistas de outros ambientes e estilos como os cariocas Luiz Melodia e Sandra de Sá.
Boas lembranças
Silão tem boa lembrança do amigo e colaborador. “Imagine um cara boa-praça, acolhedor, paciente, sempre de sorriso estampado. Deparar-se com produtor assim num estúdio de gravação, onde defeitos dos músicos são evidenciados, era um bálsamo. Ficávamos à vontade pra acertar e errar, sem levar cara feia ou deboche”, conta.
Assim como diversos outros integrantes da música popular, Celson Ramos teve seu aprendizado estendido aos bailes da vida, tocando – e, às vezes, cantando – em conjuntos que exercitavam a variedade de gêneros.
Trabalho
Até este final de semana, trabalhava em seu estúdio – batizado “Seu Som” no bairro Prado, em Belo Horizonte –, produzindo, arranjando e atuando como instrumentista, às vezes até sem receber, nunca deixando de oferecer, ainda, o seu “sorriso astral”, como define Silão. Músico dotado de ouvido absoluto, pescava a harmonia das músicas imediatamente, e ajudava na melhoria das canções que ia gravar.
Celson deixa esposa, seis filhos e grande carinho em todos com quem conviveu.