Região da Rua 25 de Março recebe obra em homenagem à imigração árabe



Será inaugurada hoje (5), às 18h30, uma obra de arte urbana em homenagem à imigração árabe na região da Rua 25 de Março, no centro da capital paulista. A pintura “Ahlan”, que em português significa “Olá”, estará em uma das fachadas do Edifício Garagem Automática Senador, que possui 70 metros de altura. O trabalho é assinado pelo artista Kléber Pagú, com curadoria da jornalista e gestora cultural Fernanda Bueno.

A primeira etapa da instalação ocupará cerca de 2 mil metros quadrados de uma das quatro faces do prédio. O projeto prevê outras obras nas demais paredes do edifício. A ideia é que o trabalho seja uma forma de agradecimento às contribuições dos povos árabes à humanidade e uma homenagem aos imigrantes no Brasil. A região da Rua 25 de março é reduto dessa comunidade e forte símbolo do empreendedorismo desses povos.

Com a obra completa, que ainda busca patrocínio, cada fachada contará uma parte da história da imigração árabe e suas contribuições para a humanidade, na medicina, arquitetura, álgebra, entre outras. O artista Pagú tem no portfólio mais de 200 instalações artísticas no Brasil e em outras partes do mundo. A primeira etapa da ação é patrocinada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que completa 70 anos de fundação, e tem apoio da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) e da certificadora Cdial Halal.

Concepção

O projeto reúne elementos da tradição árabe, como o ouro, que é símbolo do comércio dos mascates, primeiros imigrantes árabes; e o arabesco, ornamento que se caracteriza pelo cruzamento de linhas em combinações geométricas. Segundo os artistas, os padrões são semelhantes às formas de plantas, que constituem uma perspectiva infinita, para além do mundo visível e material. À noite, a obra será iluminada.

O prédio que abriga a obra é da família de Zaki Dib, imigrante sírio da cidade de Homs. No início dos anos 1930, o edifício abrigava cinco lojas no térreo e quatro residências no andar superior. Na década de 1960, os filhos de Zaki decidiram construir uma garagem automática, que na época era considerada a mais alta da cidade. Heloísa Dib, neta de Zaki, é a responsável da família pelo projeto. Ela participou do trabalho de pesquisa junto com Fernanda Bueno.

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