Projeto fomenta o desenvolvimento de jovens inventores nas periferias da capital mineira, com promoção de oficinas gratuitas e exposição dos trabalhos.
Durante três meses, o Favela HackLab vai promover ações formativas gratuitas para jovens moradores de comunidades periféricas das regionais Leste, Centro-Sul e Barreiro, em Belo Horizonte, que posteriormente serão apresentadas em uma exposição. Projeto piloto, o HackLab consiste num laboratório educativo de arte e tecnologia. De maneira expositiva e prática, propõe incentivar crianças e jovens a participarem de iniciativas em arte e ciência, fomentando o interesse e a descoberta pela informação e a produção de conhecimento. O projeto tem o patrocínio da Gerdau, por meio da Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo.
Criado em 2019 pela Gambiologia e A Rebeldia em parceria com a produtora cultural Danusa Carvalho e o rapper Flávio Renegado, o Favela Hacklab já teve um impacto indireto em pelo menos 6 mil pessoas. Para esta segunda edição, estão sendo oferecidas oficinas de “Marcenaria”, “Circuitos e Instalações Elétricas”, “Costura Contemporânea”, “Carnavalizando com Eletro Adereços” e “Modelagem para Folia”. Os jovens participantes aprendem, por exemplo, a criação de adereços, acessórios e peças de vestuário com técnicas alternativas que priorizam a reutilização de materiais, customização de roupas com eletrônicos, construção de luminárias e a fazer arte com o uso de ferramentas e máquinas utilizadas na marcenaria. Cada oficina recebe até 30 crianças e adolescentes por comunidade. “Nas oficinas, os jovens têm contato com especialistas por meio de palestras e rodas de conversa. Além das aulas práticas, eles discutem moda, empreendedorismo, comunicação, empoderamento feminino e inovação cidadã”, explica Danusa Carvalho, coordenadora do projeto.
O Favela HackLab trabalha para elevar as potencialidades de crianças e adolescentes através do processo criativo, estimulando o aprendizado por meio da prática do aluno para que ele ‘aprenda fazendo’. De acordo com Fred Paulino, da Gambiologia, o caráter de “gambiarra” e “faça você mesmo” possibilita uma aproximação espontânea e intuitiva entre a tecnologia, a obra de arte e os moradores das comunidades, sem necessidade de conhecimentos específicos ou extensos sobre arte e tecnologia. “Além da cultura maker, eles aprendem sobre fontes alternativas de energia, programação, automação, robótica, eletrônica, design e computação”, ele diz. “A inspiração foi a cultura maker, que se trata de uma subcultura do ‘faça você mesmo’. Em síntese, recorre a ideia de que todos podem criar, construir ou consertar objetos com as próprias mãos. Trata-se de um projeto capaz de trabalhar e elevar as potencialidades de crianças e adolescentes através do processo criativo, despertando novos olhares, conceitos e possibilidades na realidade destes jovens periféricos”, completa Fred.
Após os encontros, os alunos irão expor os produtos criados e desenvolvidos com objetos inventados, reaproveitados e trabalhos artísticos dinamizados por uma produção de informação sobre eles, ou seja, como foram produzidos, pensados e o que representam, por meio de uma exibição narrativa e informativa em uma mostra itinerante, aberta ao público geral. Entre os dias 3 e 9 de outubro, a exposição acontece na Associação de Moradores da Barragem Santa Lúcia. Em seguida, a mostra acontece no Viaduto das Artes, de 13 a 20/10. Após este período, será possível conferir a exposição dos trabalhos de 24 a 31 de outubro, na Escola Municipal Israel Pinheiro.
SERVIÇO:
FAVELA HACKLAB 2022
Oficinas: Agosto a Outubro de 2022 nas escolas parceiras
Exposição:
- 3 e 9/10 – Associação de Moradores da Barragem Santa Lúcia (Rua Principal, 5 – Vila Barragem Santa Lúcia)
- 13 a 20/10 – Viaduto das Artes (Avenida Olinto Meireles, 45 – Barreiro)
- 24 a 31/10 – Escola Municipal Israel Pinheiro (Rua Des. Braulio, 1147 – Alto Vera Cruz)
Informações pelo instagram @arebeldia