O papa Francisco, comparando a atual situação mundial com a crise dos mísseis cubanos há 60 anos, comandou nesta terça-feira (25) líderes de religiões mundiais em um apelo de paz aos políticos para evitar a ameaça de uma guerra nuclear por causa da Ucrânia.
No Coliseu de Roma, Francisco presidiu a cerimônia de encerramento de uma conferência de três dias organizada pela Comunidade de Sant' Egidio da Itália, um grupo mundial de paz e caridade.
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Em seu discurso para milhares de pessoas, feito após vários grupos religiosos orarem separadamente, Francisco criticou o “cenário sombrio de hoje, onde, triste dizer, os planos de poderosos líderes mundiais não levam em consideração as justas aspirações dos povos”.
Referindo-se à possibilidade do uso de armas nucleares na Ucrânia, Francisco disse: “Hoje, de fato, algo que temíamos e esperávamos nunca mais ouvir falar está ameaçado: o uso de armas atômicas, que mesmo depois de Hiroshima e Nagasaki continuaram erroneamente a ser produzidas e testadas”.
Francisco lembrou como em 25 de outubro de 1962, no auge da crise dos mísseis cubanos, o Papa João 23 transmitiu uma mensagem de rádio apelando aos líderes da época para tirar o mundo da beira do abismo.
“Hoje a paz tem sido gravemente violada, agredida e pisoteada, e isso na Europa, no mesmo continente que no século passado sofreu os horrores de duas guerras mundiais”, disse Francisco.
A conferência, realizada em sua maior parte em um centro nos arredores de Roma, foi aberta no domingo (23) pelo presidente francês Emmanuel Macron e pelo presidente italiano Sergio Mattarella.
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