Tumores de cabeça e pescoço figuram entre os mais incidentes em mulheres e homens da capital mineira

Dr. Alexandre Andrade Sousa – http://www.grupooncoclinicas.com


Assintomático, câncer da glândula tireoide cresce lentamente, enquanto no câncer de boca indícios podem ser confundidos com condições benignas

O câncer da glândula tireoide e o da cavidade oral estão entre os mais prevalentes na capital mineira, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), atrás do tumor de mama feminino, próstata e colorretal, e à exceção da neoplasia de pele não melanoma, que é a mais recorrente em todas as regiões do país. O primeiro é o mais incidente entre as mulheres; e o segundo, entre os homens.

Contudo, parte da população desconhece que é possível reduzir os riscos de desenvolvimento de ambos e de outros tumores ao adotar hábitos saudáveis, evitar o sobrepeso e a obesidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% dos casos de câncer podem ser prevenidos evitando fatores de risco, como tabagismo e consumo de álcool, e 30% podem ser curados mediante diagnóstico precoce e tratamento adequado – um desafio para países de baixa e média renda, que concentram 70% das mortes globais pela neoplasia. Tais comportamentos protetores são indispensáveis no combate a uma doença considerada pela mesma agência internacional como um dos principais problemas de saúde pública, que vem avançando globalmente: em 2040 o número de novos registros de câncer chegará a 28,4 milhões.

Por falar em crescimento, o especialista em cirurgia de cabeça e pescoço do Grupo Oncoclínicas Belo Horizonte, Alexandre Andrade Sousa, afirma que o câncer de tireoide aumentou em todo o mundo nas últimas décadas. “Contudo, essa evolução é associada em parte ao aumento da detecção por meio de exames de imagem, feitos por outro motivo, e em consultas de rotina. Dificilmente a neoplasia cursa com sintomas, em geral, cresce lenta e silenciosamente. Na maioria dos casos, o tumor é descoberto durante a palpação do pescoço pelo médico quando são identificados nódulos na região da tireoide, ou até mesmo linfonodos acometidos pelo tumor (metástase)”, explica.

Os tipos mais comuns são o carcinoma papilífero, que representa aproximadamente 80% dos casos, folicular, medular, linfoma de tireoide e anaplásico. “O carcinoma papilífero e folicular apresentam excelente prognóstico com alta taxa de cura. O tipo histológico mais agressivo e fatal é o anaplásico, que acomete idosos, porém é pouco frequente. O medular pode aparecer isoladamente, de forma esporádica, ou pode ser uma das neoplasias endócrinas de uma doença congênita de alta penetrância. Nesse caso, recomenda-se a pesquisa genética no paciente e em todos os familiares de primeiro grau”, informa.

O médico relata que são fatores de risco de tumores da glândula tireoide doenças autoimunes, radiação ionizante na infância, obesidade e história familiar positiva para parentes de primeiro grau (10%), e que o tratamento é sempre cirúrgico. “É feita a retirada total ou parcial da glândula, e em alguns casos de carcinoma papilífero ou folicular, realiza-se terapia com Iodorradioativo depois da cirurgia. Vale ressaltar que não há indicação e nem benefício na adoção de quimioterapia ou radioterapia”, descreve.

Câncer de boca: um dos mais prevalentes entre homens belo-horizontinos

No tumor da cavidade oral, também denominado câncer de boca, os sintomas iniciais podem ser confundidos com condições benignas, especialmente aftas. “Qualquer lesão/ferida branca ou avermelhada na boca que não regrida em poucos dias após o tratamento merece atenção. Outros sinais se manifestam quando a doença está mais avançada, como ulceração, dor local, disfagia (principalmente em tumores localizados na região posterior da língua), odinofagia, amolecimento de dentes e massa cervical, trismo, que é a dificuldade em abrir a boca, fixação da língua, sangramento e odor fétido – à medida que o tumor progride, necrosa, infecta e se infiltra nos tecidos adjacentes”, alerta o médico.

De acordo com Alexandre Andrade Sousa, o câncer da cavidade oral é mais prevalente no grupo masculino acima de 40 anos, e embora os fatores de risco mais conhecidos sejam o tabagismo e o consumo de bebida alcóolica, a infecção pelo vírus HPV também está relacionada ao surgimento da neoplasia.

“Comumente, o câncer de boca HPV positivo acomete homens e mulheres com idade entre 40 e 60 anos, e muitos deles não têm hábitos de tabagismo ou etilismo. A forma de prevenção se dá pela proteção contra a infecção pelo Papilomavírus humano, por meio do uso de preservativos e da vacinação. A vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente pelo SUS a meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, e pacientes imunossuprimidos de até 45 anos”, orienta.

Os tumores bucais podem ser tratados com intervenção cirúrgica e outras abordagens, o que dependerá do estadiamento da doença, como esclarece o cirurgião. “Na fase inicial, o tratamento é exclusivamente cirúrgico. Em tumores avançados, conforme a necessidade de cada caso, realiza-se a ressecção cirúrgica, seguida de radioterapia e quimioterapia. No entanto, o melhor caminho continua sendo a prevenção: junto à imunização contra o HPV, que ajuda a prevenir esse e outros cânceres, como de colo de útero, vagina e pênis, e uso de preservativo, abandone o tabagismo, evite o consumo excessivo de bebida alcoólica, priorize uma alimentação saudável e pratique atividade física”, finaliza Alexandre Andrade Sousa.

Sobre a Oncoclínicas

A Oncoclínicas – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.600 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 133 unidades em 35 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.

Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos no acesso ao tratamento oncológico, realizando mais de 500 mil procedimentos no último ano (2022). É parceira exclusiva na América Latina do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MEDSIR, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional.

Para obter mais informações, visite http://www.grupooncoclinicas.com

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