“Marias: Realezas Brasilianas”. Esse é o nome do espetáculo que vai acontecer nesta quarta-feira (18/9) no Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB), às 20h30, com entrada franca. A peça revisita a trajetória de vida de mulheres importantes para a história do Brasil, mas que foram esquecidas com o passar do tempo. Elas ganham vida em diversos monólogos, conduzidos por Maria Navalha, rainha da malandragem. Além dela estão no palco Maria Quitéria, a primeira soldado mulher a lutar pelo país, e Maria Firmino, a primeira escritora negra do Brasil, antes mesmo da abolição.
A dramaturga e diretora da peça, K7 Santos Souza, falou ao Viva Maria sobre essas personagens históricas.
“A gente chegou nesses nomes através de um projeto de iniciação científica do qual eu participo. Nesse projeto a gente está pesquisando sobre as lacunas nas referências bibliográficas. Então me veio Maria Navalha. Ela surgiu como a mestre de cerimônia do espetáculo.”
“Maria Navalha foi a rainha da malandragem. Ela cresceu na Lapa e teve sua vida baseada no terreiro, na boemia e na umbanda. E ela é marcada como uma figura histórica não somente por viver na Lapa, por viver na labuta, ser uma pessoa periférica, mas também porque ela foi a primeira entidade brasileira afirmada em um terreiro. “
“Dentro dessas pesquisas também encontrei uma matéria falando sobre a Maria Firmina dos Reis, e o quanto ela foi apagada no passar dos tempos. Ela foi a primeira pessoa preta a fundar uma escola mista no Brasil, que durou apenas três anos, porém foi antes da abolição da escravatura. Então isso é um enorme efeito que deveria estar sendo falado nas escolas, nas universidades.”
“E a Maria Quitéria veio com a ideia de trazer o militarismo também para dentro do contexto do espetáculo. Ela lutou nas guerras de independência da Bahia, que resultaram nas guerras de independência do Brasil. A mulher militar que entrou também para o livro de heróis e heroínas da pátria, assim como tantas outras e que a gente quase não fala sobre”, explica Cassete Sousa.
Edição: Rádio Nacional / Rilton Pimentel