Em maio de 2025, o governo federal anunciou a liberação de R$179 milhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), como parte do orçamento total de R$1 bilhão previsto para o ano. A medida reforça o compromisso com a proteção do agronegócio brasileiro diante dos crescentes desafios climáticos.
O seguro rural tem se mostrado essencial para a sustentabilidade da produção agrícola no Brasil. Nos últimos cinco anos, as seguradoras desembolsaram cerca de R$19 bilhões em indenizações a produtores rurais, permitindo que muitos se recuperassem de perdas significativas e dessem continuidade às suas atividades produtivas.
Segundo o especialista em seguros agrícolas Luiz Gondim, “o seguro rural é uma ferramenta crucial para garantir a continuidade da produção, mesmo diante de eventos climáticos adversos.” Ele destaca que “a previsibilidade proporcionada pelo seguro permite ao produtor planejar suas safras com mais segurança.”
Dos R$179 milhões liberados, R$170 milhões são destinados às culturas de inverno, como milho safrinha e trigo. Os R$9 milhões restantes contemplam frutas, pecuária, florestas e outras culturas. Essa distribuição visa atender às demandas específicas de cada segmento agrícola.
Gondim comenta que “essa alocação de recursos é estratégica, pois foca nas culturas mais vulneráveis neste período do ano.” Ele realça que “a atenção às culturas de inverno é fundamental para manter a estabilidade do setor.”
O Ministério da Agricultura tem priorizado políticas de gestão de risco climático. Entre as iniciativas, destaca-se a proposta de integrar o PSR ao Proagro, além da introdução de seguros paramétricos, que oferecem cobertura baseada em índices climáticos.
“A modernização dos instrumentos de seguro é essencial para acompanhar as mudanças climáticas. Os seguros paramétricos representam uma inovação que pode trazer mais eficiência e agilidade na indenização dos produtores”, afirma o especialista.
Apesar dos avanços, os desafios persistem. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou ao governo uma suplementação de R$1 bilhão para o PSR, com o objetivo de ampliar a cobertura e atender à crescente demanda dos produtores.
Gondim alerta que “ainda há um caminho a percorrer para que o seguro rural atenda plenamente às necessidades do setor. É crucial garantir recursos suficientes e políticas eficazes para proteger os produtores e a segurança alimentar do país”, enfatiza o especialista.
O seguro rural se consolida como um pilar fundamental para a resiliência do agronegócio brasileiro. Com políticas adequadas e investimentos contínuos, é possível fortalecer a capacidade dos produtores de enfrentar os desafios climáticos e manter a produção agrícola sustentável.