São Paulo, 18 de agosto de 2025 – A incorporação de sistemas inteligentes de controle e automação de ar-condicionado tornou-se uma marca dos novos edifícios brasileiros, elevando os padrões de eficiência energética e conforto ambiental. Diante do aumento constante das tarifas de energia e das metas de sustentabilidade, prédios comerciais e corporativos de última geração investem em climatização automatizada para reduzir custos e minimizar o impacto ambiental, sem abrir mão do bem-estar dos ocupantes.
Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que a climatização pode representar até 47% do consumo de eletricidade em edifícios comerciais e públicos no Brasil, o que torna prioritária a adoção de tecnologias de automação que aliem conforto térmico à eficiência energética. Essa tendência acompanha o crescimento da construção sustentável no país: o Brasil já é o quinto colocado no ranking mundial de projetos de edifícios sustentáveis, segundo o Green Building Council Brasil.
Eficiência energética e benefícios ambientais
Soluções modernas de climatização, como sistemas VRV/VRF (Volume de Refrigerante Variável) e centrais de água gelada de última geração, figuram entre as principais inovações para economizar energia nos novos empreendimentos. Os sistemas VRV e as centrais de água gelada modernizadas podem reduzir o consumo energético em até 70% e as emissões de gases de efeito estufa em até 90%. Isso transforma a climatização em um ativo estratégico, não em um vilão da conta de luz. Essas tecnologias sustentáveis contribuem diretamente para as metas de descarbonização assumidas pelo Brasil, substituindo sistemas convencionais ineficientes por alternativas de menor pegada de carbono.
A automação avançada desempenha papel central nesse ganho de eficiência. Empresas do setor apostam em sensores inteligentes, controles automatizados e conectividade via Internet das Coisas (IoT) para otimizar o uso dos equipamentos de ar-condicionado. A climatização inteligente permite ajustes automáticos conforme a ocupação dos ambientes, evitando desperdícios e melhorando o desempenho térmico em tempo real. Na prática, isso significa que o sistema de ar-condicionado “aprende” e responde às necessidades de cada espaço: em áreas desocupadas, reduz a refrigeração; em salas cheias, aumenta a capacidade, sempre de forma automática. Essa regulação fina elimina o uso excessivo de energia em espaços ociosos, aumentando significativamente a eficiência global.
Do ponto de vista ambiental, além da economia direta de eletricidade, essas inovações ajudam a reduzir emissões indiretas. Edifícios de alto padrão adotam controles de zona independentes, tecnologia que ajusta a climatização de cada ambiente separadamente, e integração com geração distribuída, como painéis solares e sistemas de cogeração. Um exemplo é o recém-inaugurado edifício Birmann 32, em São Paulo, que incorpora um sistema de cogeração de energia combinado a chillers de água gelada com mancais magnéticos e um tanque de termoacumulação de 1.500 m³ para armazenamento de energia térmica. Nesse empreendimento AAA, a automação tem destaque: toda a central de água gelada (CAG) é controlada e monitorada continuamente, operando sempre na máxima eficiência diante das demandas térmicas do prédio e das condições climáticas externas. Tais estratégias, que incluem sensores de CO₂ para otimizar a ventilação e válvulas de controle de energia por andar, resultaram em um edifício altamente sustentável, premiado com certificação LEED Platinum e eleito Obra do Ano de 2021 pela SMACNA Brasil.
Conforto dos ocupantes e produtividade
Além da questão energética, a automação dos sistemas de ar-condicionado traz ganhos notáveis para os usuários dos edifícios. Ambientes climatizados de forma adequada aumentam a produtividade, reduzem o absenteísmo e melhoram a saúde respiratória, conforme estudos recentes. Isso porque a automação mantém temperatura, umidade e qualidade do ar em níveis ideais, evitando extremos de calor ou frio e garantindo constante renovação do ar. Em um país tropical como o Brasil, que nos últimos anos enfrentou ondas de calor intensas, ter um sistema de climatização inteligente deixou de ser luxo e passou a ser questão de saúde e bem-estar.
A climatização não pode mais ser vista como acessório, essa é uma infraestrutura essencial e deve ser tratada com planejamento, manutenção e tecnologia. O custo de não investir nisso é muito maior a longo prazo, de acordo com especialistas. Em edifícios corporativos modernos, há inclusive sistemas integrados de automação para ventilação e iluminação: sensores detectam presença e qualidade do ar, ajustando temperatura, renovação do ar externo e filtragem avançada quando necessário, garantindo conforto térmico sem comprometer a saúde dos ocupantes.
Especialistas ressaltam a importância da automação
Gestores e engenheiros apontam que a automação predial integrada tornou-se elemento-chave nos projetos de edificações inteligentes. Segundo eles, a economia de custos está no centro das atenções e precisa ser priorizada. Soluções que integram automação, monitoramento e operação dos sistemas de iluminação, controle de acesso, ar-condicionado, geradores, entre outros, serão rotina para os profissionais de facilities nos novos empreendimentos. Essa visão reflete uma mudança de paradigma: edifícios de última geração já nascem “inteligentes”, projetados para que praticamente todos os sistemas, do climatizador à segurança, conversem entre si via sistema central de gerenciamento (BMS).
Outra vantagem da automação é possibilitar o acompanhamento remoto e em tempo real do desempenho energético, permitindo ajustes instantâneos e manutenção preditiva: se um equipamento opera fora do padrão, o sistema gera alertas para intervenção antes de falhas ou desperdícios prolongados. Esses recursos alinham-se a políticas corporativas de sustentabilidade e exigências normativas.
Casos recentes exemplificam os ganhos
Diversos projetos recentes no Brasil evidenciam os benefícios concretos da automação em climatização. Em 2023, no Edifício Luna Crescente, em São Paulo, um retrofit modernizou um sistema com mais de 30 anos: a capacidade de refrigeração foi ampliada de 480 TR para 600 TR, substituindo chillers antigos e instalando distribuição de ar com caixas VAV (Volume de Ar Variável) para atender zonas conforme ocupação. O resultado foi economia de cerca de 735.000 kWh/ano, mesmo com maior capacidade, graças à maior eficiência dos equipamentos e controles, elevando o edifício à categoria triple A.
Em 2024, o Complexo O Parque, também em São Paulo, adotou solução totalmente automatizada com sistemas VRF de alta capacidade e ventilação inteligente em complexo de uso misto. A Teknika, responsável pelo projeto, destaca que todos os subsistemas foram integrados para funcionamento coordenado, ajustando-se às demandas de cada área do complexo. Esses empreendimentos demonstram como a automação pode renovar edifícios antigos e tornar novas obras mais eficientes e sustentáveis.
Além dos ganhos, essas iniciativas têm recebido prêmios do setor. O Birmann 32, projetado pela Teknika, foi destaque de Obra Nova/Conforto no Prêmio SMACNA Brasil 2021, principalmente pelas tecnologias inovadoras que garantem sustentabilidade energética e ambiental. Em 2023, a Teknika foi reconhecida pela Samsung com o prêmio Top Landmark Project pela implementação de soluções de climatização de referência na América Latina. Esses reconhecimentos mostram a valorização do mercado por projetos com automação bem-sucedida, capazes de entregar eficiência e conforto superiores.
Profissionais especializados impulsionam a evolução
Um exemplo é Fernando Lugato, especialista em climatização e projetista de HVAC na Teknika. Com 12 anos de experiência e formação técnica em Mecânica, em breve graduado em Engenharia Mecânica, Lugato acompanhou a transformação dos sistemas de ar-condicionado. “Hoje, todos os projetos já nascem com controle e automação integrados, exigindo visão técnica desde a concepção”, afirma. Ele é responsável pelo desenvolvimento dos diagramas de controle e sistemas elétricos que comandam a climatização em obras da Teknika, incluindo retrofit do Luna Crescente e projeto do Complexo O Parque. “A automação bem planejada garante operação otimizada e segura, sem intervenção manual constante, atendendo conforto e eficiência”, acrescenta.
Especialistas concordam que investir na capacitação desses profissionais é investir no futuro das edificações inteligentes. Cursos, certificações LEED em Building Management e treinamentos de fabricantes preparam a nova geração. O objetivo é tirar máximo proveito da automação, da parametrização de sensores à análise de consumo energético. Sem operador qualificado, até o sistema mais moderno pode ter desempenho aquém do esperado. Por isso, profissionais como Lugato são essenciais para transformar inovação em realidade diária.
Perspectivas para os novos edifícios
A tendência de controle e automação de ar-condicionado nos edifícios brasileiros deve se intensificar. Com a eletricidade representando parte significativa dos custos e a pressão por reduzir emissões, a climatização inteligente desponta como solução estratégica. Cada real economizado é alívio no orçamento e contribuição ambiental; cada ganho em conforto térmico, benefício à saúde e produtividade. Edifícios inteligentes deixam de ser exceção e viram padrão.
Em resumo, a automação de ar-condicionado deixou de ser diferencial futurista para requisito básico. A tecnologia transformou o antigo “vilão” do consumo energético em aliado estratégico, investir nessas soluções e na formação dos profissionais tornou-se indispensável. Os novos edifícios, comerciais, públicos ou residenciais de alto padrão, nascem cada vez mais “smart”, entregando eficiência, sustentabilidade e conforto sem precedentes. Este movimento consolida a visão de que construir e operar edificações ecológicas e inteligentes é não só possível, mas economicamente vantajoso e socialmente benéfico para o Brasil do futuro.