CIA. DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES realiza conversa virtual sobre “Dramaturgias e Tecnologias” pelo projeto Encontro com a Cia. – Repertórios CDPA 50 Anos



Integrantes da FOCUS CIA. DE DANÇA, do Rio de Janeiro, parceiros no espetáculo Corações em Espera, participam como convidados

 

O espetáculo Corações em Espera foi o primeiro fruto da parceria entre a Cia. de Dança Palácio das Artes e o Focus Cia. de Dança, sediada no Rio Janeiro. No último final de semana, bailarinos dos dois grupos se uniram para apresentarem o espetáculo em formato virtual, transmitido por meio das plataformas Zoom e YouTube.

Agora, as duas Companhias de dança, que desde o iní0io da pandemia têm como ponto convergente a reinvenção da forma de trabalhar, dialogando com o vídeo e outros elementos tecnológicos, se juntam novamente para conversar sobre DRAMATURGIAS E TECNOLOGIAS, tema da edição do mês de setembro do projeto ENCONTRO COM A CIA – REPERTÓRIOS CDPA 50 anos. O bate-papo virtual será ao vivo, no dia 23 de setembro (quarta-feira), às 20h, no canal do YouTube da FCS. Esse evento integra a programação do Palácio em sua Companhia e tem a correalização da Appa Arte e Cultura.

Pensando na história da dança, muito antes da existência do computador, a tecnologia já estava presente na construção da cenografia através da iluminação, do cenário e do figurino. No ballet clássico, a peça Le Sylphides, do coreógrafo Charles Didelot, encenado no século XVIII, já trazia elementos tecnológicos, com as utilizações de sapatilhas de ponta pelas bailarinas e os mecanismos de suspensão na cenografia, gerando um efeito de flutuação e leveza. Já no universo da dança moderna pode-se destacar os efeitos de iluminação das obras de Loïe Fuller que, junto com as túnicas utilizadas como figurino, criava a ilusão de que o bailarino aparecia e desaparecia da cena.

No entanto, de acordo com Maíra Spanghero, pesquisadora e pós-doutora, as relações entre dança e tecnologia podem ser datadas a partir da década de 1960, período em que os primeiros softwares para notação do movimento foram criados.

Para Cristiano Reis, diretor da Cia. de Dança Palácio das Artes, discutir a temática “Dramaturgia e Tecnologias” é fundamental, uma vez que, neste cenário de distanciamento social, os artistas ampliaram os campos de atuação, experimentando novos suportes, linguagens, plataformas e proporcionando ao público outras formas de sentir a dança.

“Neste momento, nós estamos sendo obrigados a utilizar tecnologia e novas ferramentas nas criações, que, de certa forma, interferem e apresentam novos formatos, lugares e paradigmas. Mas ficam as perguntas: como vamos usar essas ferramentas? Como os aplicativos podem evoluir? É possível as plataformas realizarem um investimento direcionado às produções artísticas? Como as leis de incentivo à cultura vão absorver as criações on-line? Então, é muito importante conversar publicamente sobre essas questões, convidando o público a participar”, observa Cristiano Reis.

Participantes – A curadoria do ENCONTRO COM A CIA – REPERTÓRIOS CDPA 50 anos é assinada por Cristiano Reis, que, para a edição de setembro, convidou, além de teóricos e pesquisadores que estudam profundamente o tema “Dramaturgia e Tecnologias”, artistas da Cia. de Dança Palácio das Artes e da Focus Cia de Dança, que mergulharam no assunto para trabalharem suas novas criações e as adaptações artísticas.

O bate-papo contará com a mediação de Cristiano e as participações de Alex Neoral (diretor da Focus Cia de Dança, Coreógrafo e bailarino), Thembi Rosa (artista, produtora e pesquisadora), Wagner Correa de Araújo (jornalista, crítico de artes cênicas, roteirista e diretor de programas de TV), Lívia do Espírito Santo (bailarina da Cia de dança, professora e pesquisadora), Naline Ferraz (bailarina da CDPA e professora de Gyrotonic), Sílvia Maia (bailarina da CDPA) e José Vilaça (bailarino da Focus Cia. de Dança).

“Eu, Lívia, Naline e Sílvia vamos falar sobre as experiências da Cia. de Dança Palácio das Artes, uma vez que as três bailarinas dirigiram a intervenção (in)tensões, exibida por meio do Zoom. Para isso, elas tiveram que estudar as possibilidades da plataforma. O bailarino José Vilaça, da Cia. dirigida pelo Alex Neoral, exerceu o mesmo papel que as três bailarinas da CPDA para a Focus Cia. de Dança, se aprofundando na questão e sendo o suporte técnico do grupo. Já a Thembi Rosa e o Wagner Correa vão trazer perspectivas históricas, reflexões e apontamentos sobre o tema”, explica Cristiano Reis.

#PALÁCIOEMSUACOMPANHIA – A diversidade cultural do Palácio das Artes encanta o público mineiro há décadas. No período de distanciamento social, o propósito é continuar a oferecer toda essa produção artística para o público, mas em casa. Com esse objetivo, foi lançado no dia 3 de abril o projeto PALÁCIO EM SUA COMPANHIA, que disponibiliza conteúdo cultural e produções inéditas da FCS em plataformas virtuais. São vídeos criados pelos integrantes dos Corpos Artísticos (Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais), coletivos e individuais, veiculados nas redes sociais da FCS (Facebook, Instagram e Youtube) e na Rede Minas. São criações artísticas, pesquisas e bastidores. É oferecida também uma ampla programação com curadoria do Cine Humberto Mauro, composta por mostras de cinema e sessões comentadas. Nas artes visuais, foi criado um potente programa de difusão, reflexão e resgate de exposições realizadas no Palácio das Artes. No Canal da FCS – Palácio das Artes no YouTube, são exibidos também registros de espetáculos e produções da FCS ao longo de sua história – óperas, concertos eruditos, populares e de espetáculos de dança. O EDUCATIVO FCS, acessado pelo site da FCS, reúne programação e conteúdos sobre as artes visuais, com reflexões e atividades práticas. A formação artística também está sendo oferecida virtualmente, pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart da FCS, com cursos, aulas abertas e debates. Ao ofertar essa intensa produção, a FCS permite a mais pessoas o acesso a um conteúdo cultural de qualidade, além de assegurar o direito à fruição artística de forma ampla e gratuita.

CIA DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES – Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado – é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.

FOCUS CIA DE DANÇA – Com 23 obras e 13 espetáculos em seu repertório, a Focus Cia de Dança se consagrou através da crítica especializada e sucesso de público. Apresentou-se em mais de 100 cidades brasileiras e levou sua arte para países como Colômbia, Bolívia, México, Costa Rica, Canadá, Estados Unidos, Portugal, Itália, França, Alemanha e Panamá. Em 2019 ganhou o 1º Prêmio Cesgranrio de Dança com a coreografia Keta do espetáculo STILL REICH e teve seu elenco indicado ao prêmio APCA durante a temporada na capital paulista. Em 2017 se apresentou na última edição do Rock In Rio, ao lado de Fernanda Abreu. Em 2016 recebeu a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, maior condecoração da cultura brasileira. Com o espetáculo As canções que você dançou pra mim, que já ultrapassou a marca de 300 apresentações, recebeu diversas indicações a melhor espetáculo do ano, por sua criatividade e originalidade. Em 2012 foi escolhida, através da seleção pública do Programa Petrobras Cultural, a receber o patrocínio durante três anos para desenvolvimento de suas atividades, dando início a uma parceria de manutenção. Mais de 1 milhão de espectadores já se encantaram com a poesia e a capacidade técnica lapidadas nas coreografias inovadoras de Alex Neoral e nos movimentos precisos de seus bailarinos. Atualmente integram seu elenco os bailarinos Carolina de Sá, Cosme Gregory, José Villaça, Marcio Jahú, Marina Teixeira, Monise Marques e Roberta Bussoni.

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