WhatsApp se prepara para faturar com mensagens pagas



O WhatsApp atualizou nesta quinta-feira (25) seus termos de uso do serviço em uma preparação para os serviços pagos, voltados a empresas, que a companhia deve começar a testar ainda  este ano. “Você poderá receber as informações do status de voo das próximas viagens, um recibo de algo que adquiriu ou uma notificação quando uma encomenda for entregue”,exemplifica, o aplicativo por meio de nota. Esses são alguns dos serviços em estudo pelo aplicativo  para sua versão corporativa, anunciada em janeiro deste ano. A ideia é que companhias paguem para se relacionar de modo mais efetivo com os clientes pela plataforma.

Matt Steinfeld, diretor de comunicações do WhatsApp, disse que a mudança nos termos de uso era necessária para o início dos testes do serviço, que vai fazer a companhia voltar a gerar receita – neste ano, o WhatsApp parou de cobrar a taxa de  US$ 1 anual dos usuários. “Temos trabalhado nisso nos últimos meses, mas ainda é cedo para anunciar algo sobre como vai funcionar”, afirma o executivo.

A companhia também mudou os termos para deixar claro que hoje faz parte do Facebook e que compartilha alguns dados sobre seus usuários com a rede social. O WhatsApp foi comprado em 2014 pela empresa de Mark Zuckerberg, e a última atualização do texto  havia sido em 2012.

A partir de agora, o Facebook pode, por exemplo, começar a fazer sugestões de amizade ao usuário com base nos contatos que ele mantém no app de mensagens (para isso, é preciso que ele tenha cadastrado seu número de celular na rede social).  Steinfeld nega que os dados de atividade da pessoa -por exemplo, se ela interage com determinadas empresas no mensageiro- serão usados para exibir anúncios no Facebook.

Os termos de uso, entretanto, diz que “você poderá escolher em não ter os dados da sua conta do WhatsApp compartilhados com o Facebook a fim de melhorar suas experiências com anúncios e produtos no Facebook”. O monitoramento de hábitos do usuário, o que permite oferecer anúncios
mais personalizados, é um dos principais fatores para o sucesso comercial do Facebook, que faturou US$ 6,24 billhões com publicidade no segundo trimestre, um aumento de 63% em relação  a 2015. O novo texto diz que o WhatsApp vai continuar sem exibir banners com anúncios para as pessoas.

Criptografia
Outra mudança nos termos do serviço diz respeito à criptografia e a quais dados sobre os  usuários o aplicativo diz ter acesso -tema controverso e que levou o aplicativo a ser  bloqueado no Brasil três vezes, pelo fato de a empresa não liberar  informações para investigações judiciais. Os trechos explicam que o aplicativo usa criptografia “ponta-a-ponta” nas mensagens. Com isso, apenas as pessoas na conversa podem ler as mensagens. O sistema, que terminou de ser implantado em abril, provoca polêmica por impossibilitar que policiais e  promotores monitorem conversas de investigados por crimes, por exemplo.

Steinfeld afirma que o objetivo principal de esclarecer o tema nos termos de uso é informar os usuários sobre o assunto, mas ele reconhece que também serve de recado a autoridades. “Temos tido um trabalho de explicar para elas como funciona o sistema”,  diz o executivo.

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