Telemedicina pode reduzir em 80% atendimentos em hospitais



Consulta médica a distância chegou para ficar, mas deve ser realizada com cuidados e responsabilidade, diz especialista

Durante algum tempo, o uso das ferramentas digitais para atendimentos médicos foi alvo de dúvidas. O receio em oferecer diagnósticos sem precisão era um dos assuntos constantemente comentados no meio. Porém, com a pandemia da Covid-19 e a necessidade de evitar ao máximo sair de casa para impedir a propagação da doença, o Conselho Federal de Medicina autorizou que médicos de diversas especialidades do país atendessem os casos mais simples sem que o paciente precisasse ir até os hospitais e clínicas.

Com isso, uma pesquisa feita pela Unimed, mostrou que a telemedicina consegue reduzir em 80% as demandas dos hospitais, pois 8 entre cada 10 casos atendidos por telefone são resolvidos sem que o paciente precise ir até o especialista. Para a médica ginecologista e obstetra, Dra. Rebecca Sotelo, esse novo modelo veio realmente para ficar. “É nítida a facilidade que esse meio nos proporciona. Muitas vezes, o paciente vai ao médico com um caso simples e gasta muito tempo até conseguir marcar, se deslocar e, de fato, conseguir atendimento. Principalmente agora, com todos os riscos que sair de casa oferece, essa redução é extremamente importante”, indica.

Porém, juntamente com a facilidade, surgem também algumas preocupações. “Ao mesmo tempo em que o paciente pode se sentir seguro para ser atendido sem sair de casa, é necessário redobrar a atenção para que os atendimentos sejam realizados por profissionais capacitados, sempre pesquisando o local e o especialista que vai fornecer a consulta. Além disso, apenas sintomas leves podem ser tratados a distância. Para quem apresenta um quadro mais grave, o mais recomendado é o atendimento presencial para que o médico possa analisar a fundo todo o quadro e realizar os exames corretamente”, destaca.

Portanto, a telemedicina deve servir como um primeiro passo para entender o que fazer em seguida. “Essa é uma ferramenta que serve como triagem. O médico saberá identificar os sinais e dizer se você pode continuar se tratando sem sair de casa ou comparecer a unidade de saúde mais próxima”, diz.

Gestantes

Dra. Rebecca que é especialista em saúde feminina íntima e de gestantes, destaca que mulheres grávidas devem evitar ficar somente nos atendimentos a distância. “Todos os procedimentos de pré-natal são essenciais para a saúde da mãe e do bebê. Portanto, ela deve comparecer periodicamente para fazer os exames de rotina, como checagem da pressão, dentre outros. A telemedicina, nesse caso, deve ser utilizada para tirar dúvidas recorrentes que possam surgir durante o período, mas nunca como única forma de atendimento médico”, ressalta.

Fonte: Rebecca Sotelo, Médica ginecologista obstetra, com pós-graduação em uroginecologia. Especialista em tratamento de incontinência urinária, prolapso genital e outros distúrbios do assoalho pélvico feminino. Formada em medicina pela UNIRIO e Pós-Graduação em Uroginecologia pela Fiocruz.

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