Marcelo Henrique
A Fuvest divulgou os resultados do último concurso vestibular para a Universidade de São Paulo, principal referência acadêmica do Brasil e dona das vagas mais concorridas para os cursos superiores em nossa Educação. Curioso que para o jovens que leem seus nomes na lista dos aprovados, impera uma sensação de dever cumprido, como se o ingresso na faculdade sonhada fosse o fim, enquanto é o grande início. Trata-se de um encerramento de ciclo – diga-se de passagem, virtuoso –, já que ser aprovado em um exame deste porte é para poucos.
De alguma forma, podemos dizer que o hoje o Brasil está conhecendo a grande parte dos nomes que iriam conduzir seu futuro, nos daqui a alguns anos. Nesta turma estão os futuros advogados, médicos, CEOs e tantos outros profissionais que cuidarão de todos nós que pretendemos por aqui ficar. Pode até parecer uma conversa romântica demais, mas a pura verdade é que em poucos anos esses alunos que estão dando esse grande primeiro passo serão os grandes especialistas do amanhã.
Um grande passo. Todos sabemos o quanto é difícil e meritório conseguir pertencer a tão seleto quadro. Primeiro (passo) porque é dele que se desenharão todas as habilidades que esculpirão a carreira ainda embrionária do aspirante. Assim, que pese a fonia possa ter sido mais agradável na ordem direita da oração que intitula esta matéria, a carga semântica fez-me pender para a apresentação pós-posta. Afinal, dentro do nosso contexto, a grandiosidade do ato da aprovação vem antes da ordem numérica de passos da qual a matrícula é a primeira.
A cada turma que surge no cenário acadêmico renovam-se as esperanças de uma universidade cada vez mais inclusiva e científica e, principalmente, cada vez menos elitista e ideológica. Cientistas precisam se basear na razão para transmitir conhecimento puro e desprovido de tendências, ressalvado o direito de expressão e compartilhamento das opiniões pessoais. Não se pode olvidar que é dentro da academia que os principais temas afetos ao país e ao mundo são estudados, debatidos e ensinados. Nesse diapasão, nunca é demais esperar que as gerações atuais e futuras consigam a grande proeza de unir o conhecimento científico com o profano, produzindo, enfim, sabedoria.