Nesta quarta-feira, 20, a partir das 19h, a quarta sessão do projeto Cinema de Fachada apresenta sete filmes que levam ao público histórias sobre cotidianos e vivências com linguagem de experimentação que incorpora variados movimentos artísticos no audiovisual. Na sessão também há um filme em libras. O projeto propicia uma pausa em meio ao movimentado baixo centro, onde todo mundo é bem-vindo. O objetivo é propiciar aos transeuntes, comerciantes da Rua Aarão Reis, população em situação de rua e frequentadores deste centro cultural a fruição de obras ou estudos audiovisuais de forma gratuita e aberta ao público.
A porta do Teatro Espanca, localizado na rua Aarão Reis, 542, é transformada em tela. A projeção é feita de dentro para fora e são disponibilizadas cadeiras pela calçada. A programação foi composta por trabalhos selecionados, a partir de um chamamento público. Ao todo foram quatro sessões quinzenais, tendo a duração máxima de até 2h30 horas cada. Esta sessão marca o fim desta temporada.
Sobre os filmes da última Sessão:
VOANTE – UM RASTRO POÉTICO OU UMA ODE À IMAGINAÇÃO (Raique de Moura Dias – @raiquemoura)
8’50”
Sinopse: Voante é um curta metragem de arte, concebido a partir de um trabalho em artes visuais do artista Raique Moura, natural de Aparecida do Taboado e residente em Dourados/MS há mais de 10 anos. Em “Voante – um rastro poético ou uma ode à imaginação”, as ilustrações de personagens, estranhamente distorcidos, marca a identidade visual de Raique Moura, saem do papel e ganham vida em uma performance que discute [pensa/imagina] próprio ato criativo.
Tinnitus (Caroline Cavalcanti- @cavalcanti.carolin.e)
14’
Sinopse: Atravessada por intensos ruídos, Elisa, uma tradutora poliglota, busca incessantemente a versão de uma palavra específica enquanto vive certa angústia na relação com Gil, seu companheiro artista visual surdo. Ela guarda para si uma hipersensibilidade, mas percebe que extravasar o som na solitude pode ser uma saída para restabelecer um encontro com Gil e consigo mesma.
CAÔCA (Alan Keller – @ciajovemdeparaopeba)
25’
Sinopse: Dança e dramaturgia se imergem na realidade de Pontinha, comunidade quilombola situada na Zona Rural de Paraopeba (MG). Seu povo carrega nos olhos o desejo de retomada daquilo que foi furtado. As terras, águas e riquezas que antes eram grandes, agora são acossadas. A Paraopeba Cia. de Dança convida a comunidade para a obra. Dança e gestos parecem um chamado para esta jornada em busca da liberdade.
A obra, filmada integralmente na comunidade, conta a participação de dezenas de moradores e de espaços importantes na história local.
Lívido (Luís Oliveira – @lu.moliv)
9’54”
Sinopse: Lívido é um filme experimental que trabalha no gênero do horror cósmico. Tangencia ameaças impalpáveis e onipresentes, externas e internas a um indivíduo. Em uma temporalidade suspensa, um personagem dialoga com sigo mesmo em diferentes etapas da vida. Lívio procura por abordagens para lidar com um imenso empecilho em sua vida. Mas não trata estes acontecimentos como extraordinários, apenas como algo que tem que lidar corriqueiramente. O terror de um cotidiano desumano, corrói seu espírito e o leva a outras expressividades corporais.
Dragona de 7 Cabeças (Will Soares – @will.soaresbh)
19’
Sinopse: O filme é um experimento das versões da drag do diretor – Wil’la Querer. Willa sonha com um amor mas não tem certeza de qual das suas sete versões que o pretendente certo irá gostar. O texto é leve com um pequeno toque de acidez. Para cada personagem, uma cor, uma emoção e uma voz.
Encobertos (Lilian Graça – @gracalilian)
5’43”
Sinopse: Encobertos traz a videodança com o objetivo de discutir e fazer experienciar o envolvimento cinestésico do espectador, em que seu foco de engajamento é acionado pelas dinâmicas entre as distâncias e pelo movimento de se afastar e aproximar da câmera e dos dançarinos. ,“Encobertos” experimenta o fluxo entre superfície e a profundidade da tela como campo de passagens perceptivas e corporais. Com atuações em produções audiovisuais na música, cinema, teatro e videoarte, os dançarinos são convidados a colaborar na pesquisa de percepção cinestésica deste trabalho, trazendo suas experiências e investigações no âmbito corpo-tela-câmera-movimento.
Sessão Bruta (Ela LTDA e Talavista – @ela.ltda @talavistasoficial)
84’
Sinopse: Rodado a quente com uma câmera Mini-DV, em 2018, sem grandes preparativos mas com muito suor e cerveja, Sessão Bruta se apresenta como uma sucessão de prólogos de um filme sempre por fazer.O que as une é o desejo de pegar para si uma fatia do mundo.
Sobre o projeto:
O Cinema de Fachada surgiu em 2013 dentro da programação do projeto “Teatro Espanca aberto para” com o intuito de propiciar aos transeuntes, comerciantes da Rua Aarão Reis, população em situação de rua e frequentadores deste centro cultural a fruição de obras ou estudos audiovisuais de forma gratuita e aberta ao público. A porta do Teatro Espanca é transformada em tela, a projeção é feita de dentro pra fora. Algumas cadeiras são dispostas pela calçada e a população se sente convidada a acompanhar a exibição. Uma pausa no cotidiano.
O projeto CINEMA DE FACHADA – 2162/2021 – é realizado com recursos do Edital Zona Cultural Praça da Estação 2021, oriundo da Política Municipal de Fomento à Cultura no âmbito do município de Belo Horizonte.