Canjerê Mulher convida Coletivo Negras Autoras com show gratuito

Foto: Pamela Bernardo.


O show do coletivo no dia 16 de março abre o calendário de eventos do Projeto Canjerê, em 2024, que realiza rodas de conversas, encontros literários, entre outras programações visando promover a arte e cultura negra em Belo Horizonte

 

Com a proposta de promover a arte e a cultura negra na capital mineira, o Instituto Cultural Casarão das Artes Negras abre o calendário do Projeto Canjerê 2024. A primeira atração será o Canjerê Mulher, que apresenta, neste ano, o show do coletivo Negras Autoras no mês de celebração da luta pelo direito das mulheres. ​​O espetáculo é composto por canções e textos autorais com uma dramaturgia pautada na palavra, no corpo e na sonoridade, criando um ambiente dos tambores, patangomes, pandeiros e atabaques que descreve o percurso e o posicionamento da mulher negra ativa na sociedade contemporânea. O show acontece no sábado, 16 de março, às 17h, na Casa Canto (Rua Augusto de Abreu, 343, bairro Boa Vista) e a entrada é gratuita (sujeito à lotação da casa).

 

Realizado desde 2016, o Canjerê Mulher convida, no mês da Mulher, artistas negras que têm dado importantes contribuições para o cenário artístico em Belo Horizonte, sobretudo no campo da música, literatura, e teatro. Neste ano, as convidadas são do coletivo Negras Autoras, que nasceu em 2014 reunindo multi-artistas negras e fortalecendo o protagonismo de mulheres que já vinham de outras trajetórias na música. Formado por Júlia Tizumba, Manu Ranilla e Vi Coelho, o trio vivencia uma sintonia artística para descrever percursos e posicionamentos das mulheres negras na sociedade.

 

A estreia nos palcos se deu em 2015 com o espetáculo “NEGRA”, no qual assinaram toda a produção. O segundo espetáculo “ERAS” estreou em 2017, com direção de Grace Passô e preparação vocal de Fabiana Cozza. As canções dos dois espetáculos dão vida ao primeiro álbum e livro do coletivo, fruto de um processo gradual de construção. Os trabalhos do Coletivo versam sobre a ancestralidade, as questões históricas e contemporâneas vividas por mulheres negras. Dessa forma, o coletivo materializa a força da mulher negra – trazida em muitos momentos como objetos de estudo – como sujeitas da narrativa ao construírem e contarem sua própria história.

 

O show abre a agenda de atividades do Projeto Canjerê em 2024, que contará com mais três encontros ao longo do ano, que resgatam costumes tradicionais da cultura negra e celebram as diferentes formas de vida das pessoas negras. A curadora do Projeto Canjerê, Rosália Diogo, celebra a tradição de abrir a agenda de trabalho no mês em que marca a luta internacional pela igualdade de gênero. “Fortalecermos as iniciativas culturais de mulheres negras, reconhecendo e dando visibilidade ao seu potencial, é uma das formas que temos para seguirmos de mãos dadas contra o racismo e a violência contra as mulheres pretas”, destaca Rosália Diogo.

 

Sobre as integrantes do Coletivo Negras Autoras

 

Júlia Tizumba é atriz, compositora, cantora, instrumentista, regente e professora. Nos 17 anos de carreira, integrou o elenco de 9 espetáculos de Teatro Musical Brasileiro, dentre eles o premiado musical “Elza” . Em 2021, publicou o livro “Maurício Tizumba: caras e caretas de um Teatro Negro Performativo” e lançou seus primeiros singles: “Mãe na Pandemia” e “Baião da Saudade”.

 

Manu Ranilla é pandeirista, tamborzeira, cantautora, programadora de música editada, formada em Percussão Popular Brasileira pela Bituca Universidade Livre e graduanda em Musicoterapia pela UFMG. Em sua linguagem apresenta o pandeiro, tambor, palavra e elementos musicais não orgânicos como instrumentos do fazer artístico. Integrante do Grupo Tambor Mineiro, idealizadora e fundadora da roda de pandeiro para mulheres “As Panderista”, produtora musical e compositora do projeto “Arruda Hi-Tech” além de bolsista no Projeto “Música Para Quem Cuida” pela UFMG.

 

Vi Coelho é cantora e compositora, instrumentista, cantautora, vocalista da banda bloco Havayanas Usadas, já integrou diversas bandas, coletivos e grupos de teatro, além cofundadora e diretora Banda bloco afro feminista Pele Preta.

 

Agenda do Projeto Canjerê em 2024

 

O projeto Canjerê é uma iniciativa do Instituto Casarão das Artes Negras, cujo objetivo é promover atividades e debates com temáticas relacionadas à arte e cultura de matriz africana. Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. A programação dos eventos contará ainda com a 8ª edição do Canjerê Independência de Moçambique, que será realizado em junho, em alusão à Independência do país africano, ocorrida em 20 de junho de 1975. Nos últimos anos o Instituto Casarão das Artes vem desenvolvendo um trabalho de promoção da cultura de Moçambique, mantendo uma agenda de relacionamentos junto aos moçambicanos residentes em Belo Horizonte, que fazem intercâmbio acadêmico, ou que exercem atividades profissionais na cidade, além de moçambicanos que vivem no país africano. Outra ação prevista para este ano é a Mostra Conceição Evaristo, que se volta para a produção literária negra e assuntos pungentes que dominam o cotidiano político e social brasileiro. Já em novembro, o Projeto Canjerê trará um grande encontro artístico-cultural para marcar o Mês da Consciência Negra.

 

Instituto Cultural Casarão das Artes Negras

 

O Instituto Cultural Casarão das Artes Negras nasceu em 2013, com o intuito de valorizar e promover a cultura africana e afro-brasileira, além de contribuir para o enfrentamento do racismo na sociedade brasileira. A instituição ganhou destaque no cenário cultural de Belo Horizonte por meio da valorização da arte, música, moda, literatura e culinária. Além de realizar anualmente o projeto Canjerê e outras agendas, o Instituto também é responsável pela publicação Revista Canjerê, atualmente com periodicidade semestral.

 

 

SERVIÇO

Projeto Canjerê 2024 apresenta Canjerê Mulher

Dia 16 de março, sábado, às 17h

Coletivo Negras Autoras.

Local: Casa Canto (Rua Augusto de Abreu, 343, bairro Boa Vista).

Entrada gratuita (sujeito à lotação da casa)

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