Cidades mineradoras temem ‘colapso’



Da Redação

A Associação de Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig) alertou ontem o governador Romeu Zema (Novo) sobre o risco de colapso das cidades que dependem da atividade minerária, nos casos de interrupção das operações da Vale. Durante encontro na Cidade Administrativa, a diretoria da entidade solicitou ao chefe do Executivo mineiro que lidere um movimento de diálogo em defesa de toda a cadeia produtiva, garantindo a proteção de empregos no setor e em benefício da própria economia do Estado. A Amig teme o possível desemprego de cerca de 65 mil trabalhadores diretos e indiretos da mineradora.

O presidente da entidade e prefeito de Nova Lima, Vitor Penido, disse que se não forem adotadas medidas urgentes para manter a cadeia produtiva, diversos segmentos serão impactados com a possível paralisação da Vale. “As cidades que possuem atividades minerárias ativas correm risco de colapso com a interrupção das operações, especialmente Nova Lima, Brumadinho, Ouro Preto, Congonhas e São Gonçalo do Rio Abaixo”, ressaltou.

De acordo com o consultor de Relações Institucionais da Amig, Waldir Salvador, os reflexos econômicos não se restringem à Vale, mas também a outras mineradoras e fornecedoras de insumos, inclusive com as restrições em relação ao licenciamento ambiental. Segundo a Associação, muitas cidades hoje já estão tendo prejuízos. “O que não podemos mais admitir é que aconteçam tragédias como as de Mariana e Brumadinho. Mas atividade mineradora deve continuar pujante para que o Estado não perca a sua competitividade e representatividade econômica, o que é difícil de recuperar a curto prazo, até para diversificar sua matriz econômica que ainda é muito concentrada na mineração e siderurgia”, disse o consultor.

Durante o encontro, a Amig solicitou também a reedição do Conselho Estadual de Geologia e Mineração, que funcionaria como um órgão de assessoramento em assuntos relativos à mineração, para acompanhar e fomentar a atividade em Minas.

Ontem também, durante encontro com representantes da entidade, os diretores Executivo da Vale, Luiz Eduardo Osório, e o de Sustentabilidade Regional, Sergio Leite, informaram que a empresa não tem intenção de deixar Minas Gerais e que vai continuar investindo no Estado. A diretoria da Amig pediu que as barragens sejam transformadas em fontes de negócios para a geração de emprego e renda para os municípios.

Uma nova reunião foi agendada para a primeira quinzena de março entre a mineradora, a diretoria da Amig e prefeitos para conhecer em detalhes as condições de todas as barragens, o que vai acontecer de fato com a diminuição da produção no Estado, além de uma possível negociação de transição para esse período.
Procurado, o governo de Minas não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta edição.

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