Angela Ro Ro – Foto Flávio Charchar.
Angela Ro Ro, Josyara, Afroito, Coral, Lica del Picchia, Morgs Rodriguez e Júlia Mangaia estão na programação
Um lugar de diversidade, novos sons, novas cores e “RExistência”. A Divina Maravilhosa está de volta e terá sua 6ª edição no dia 16 de outubro, em formato online, compondo a programação da Virada Cultural de Belo Horizonte. A partir das 20h, simultaneamente nos canais do YouTube da Fundação Municipal de Cultura e da própria Divina, o público poderá conferir shows e performances de Angela Ro Ro, Josyara, Afroito, Coral, Lica Del Picchia, Morgs Rodriguez e Júlia Mangaia.
Após dois anos de pausa em razão da pandemia, a festa, que tem sua importância demarcada por contribuir no suporte de uma cadeia produtiva artística LGBTQIAP+, retorna com grandes atrações no Vira Guaicurus, canal que faz uma menção direta ao Palco Guaicurus, tradicional representante das pautas sociais da Virada Cultural.
Enquanto Angela Ro Ro faz um show com um piano de cauda em pleno Viaduto Santa Tereza, a baiana Josyara traz um violão percussivo e potente com canções recentes e inéditas. Afroito é uma grande aposta da Divina Maravilhosa, com uma estética pautada pelos movimentos negro, de resistências das periferias e LGBTQIAP+. Coral chega com sua poesia contundente e voz inconfundível, compartilhando sua visão a partir do lugar de artista e pessoa trans não binária. Lica Del Picchia sobe ao palco com participação do cantor e compositor OGU e traz composições inéditas, presente no disco que está em produção. Morgs Rodriguez apresenta uma performance que questiona gênero e binariedade e Júlia Mangaia, por sua vez, completa o time, acompanhada por João Myrrha, e experimenta suas canções inéditas de um EP em construção com sonoridades que caminham por ritmos diversos.
“Fazer uma edição online sem a pressão de venda de ingresso e bar para fechar planilha nos possibilitou trazer artistas LGBTQIAP+ com outras escolhas estéticas para além do fervo, com shows mais intimistas, performances mais trabalhadas esteticamente. Acho importante reforçarmos que ocupamos diversos espaços estilísticos do pop ao erudito. E é também uma forma contribuir para que estes artistas circulem, coloquem seus trabalhos em visibilidade, sobretudo em tempos de tanta escassez”, explica Gigi Favacho, idealizadora do festival.
A Divina Maravilhosa é viabilizada pela Lei Aldir Blanc.
SERVIÇO
Divina Maravilhosa – 6ª edição
Data: 16 de outubro de 2021
Acesso: bit.ly/divinanoyoutube
https://www.youtube.com/watch?
Mais informações: https://www.instagram.com/
Programação:
20h – Morgs Rodriguez (MG) – Performance Benção Cósmica
20h30 – Coral (BA) – Lançamento do Show Carne
21h15 – Show de Julia Mangaia (MG)
21h50 – Lica del Picchia (MG) participação OGU – lançamento do show Submersa
22h40 – Angela Ro Ro (RJ) – Pilotando o Piano
23h40 – Josyara (BA) – Show Mansa Fúria
00:40 – Afroito (PE) – Show MENGA
SOBRE OS ARTISTAS
ANGELA RO RO (RJ)
Reconhecida como a primeira mulher a se assumir lésbica na MPB, Angela Ro Ro é reverenciada dentro e fora do movimento LGBTQIAP+. Sua participação na Divina Maravilhosa é um acontecimento em grande estilo: um piano de cauda em pleno Viaduto Santa Tereza. O show de Ro Ro reúne diversos sucessos de sua marcante carreira e as histórias por trás de suas composições tão emblemáticas. A artista, notória pela forma apaixonada com a qual se entrega às canções, contempla a brasilidade do samba, a densidade do blues, a intensidade do rock e a influência dos boogies. Com mais de quarenta anos de carreira, a cantora gravou seu primeiro álbum em 1979. Ao longo de seu caminho, se inspirou em diversos estilos e musicalidades, como Frank Sinatra, Maria Bethânia, Rolling Stones, Beatles, Noel Rosa, jazz e música latina.
JOSYARA (BA)
Josyara, cantora e compositora de Juazeiro, interior da Bahia, apresenta seu show na Divina Maravilhosa em formato voz e violão, seu repertório transita entre as músicas de seu segundo e elogiado disco, “Mansa Fúria”, de seu mais recente lançamento, “Estreite” (feito em parceria com Giovani Cidreira), e músicas ainda inéditas. Em suas canções, Josyara compõe a partir de um olhar sensível sobre seu cotidiano e história, embalada por um violão percussivo e potente.
AFROITO (PE)
Resgatar e respeitar a ancestralidade têm sido uma das formas de manter a arte negra viva. É nesse processo que o cantor olindense Afroito pede passagem e as bênçãos dos mais velhos com o seu disco de estreia, “Menga”, tendo o coco e o maracatu como ritmos guias. O pernambucano marca sua presença na cultura originária e popular com sua estética musical, física e estilística pautada pelos movimentos de resistências das periferias, do movimento negro e LGBTQIAP+. Teve seu primeiro disco lançado em 2020 e é uma das apostas da Divina Maravilhosa, que tem a marca de trazer artistas prestes a ganhar o mundo.
CORAL (BA)
O show “Carne” marca a estreia ao vivo do primeiro EP de Coral. Sua dedicação à música e à composição, como intérprete e musicista de Jequié (BA), reforça sua condição de expoente significativo da cena musical independente, com sua poesia contundente e voz inconfundível. Coral cria e recria diversos ritmos, multiplicando significados, subvertendo os limites de ser e estar no mundo, e compartilhando sua visão a partir do lugar de artista e pessoa trans não binária.
LICA DEL PICCCHIA (MG)
O show “Submersa” apresenta algumas das canções inéditas do disco debut em produção da artista Lica Del Picchia, com sonoridades que passeiam entre a familiar MPB e a modernidade dos pop eletrônicos, trazendo estranheza e uma boa quantidade de sensualidade para suas letras sensíveis. Com os beats de João Myrrha, Lica sobe ao palco com participação do cantor e compositor OGU para abrir caminhos de coragem e arte.
MORGS RODRIGUEZ (MG)
Morgs Rodriguez circula desde 2017 com performances como “! E X C L A M A !” , “1 minuto, 1 R$”, “.MEU” e “Gasolina” em festivais e festas em Belo Horizonte, trabalhando a perspectiva do corpo e suas possibilidades, questionando padrões e trazendo luz a uma das várias existências fora da normatividade binária. É artivista do carnaval de BH, atuando como coreógrafe, regente e diretore cênic em diversas alas de dança de blocos. Traz para a Divina Maravilhosa um experimento que questiona e hierarquiza a existência corpórea e suas possibilidades, de endeusamento e de transmutação.
JULIA MANGAIA (MG)
Júlia Mangaia é cantora e compositora da Zona da Mata mineira. Em suas composições, a artista tece elementos de sua vivência pessoal, suas raízes, sua sexualidade e seu cotidiano enquanto mulher LGBTQIA+. Nesse show, acompanhada por João Myrrha, apresenta e experimenta suas canções com sonoridades que misturam ritmos brasileiros, pop, R&B e hip-hop, como um território efervescente de imaginação e liberdade.