O apelo emocional das datas comemorativas sempre afetou positivamente o varejo, mesmo em momentos de instabilidade econômica. Conforme demonstra a Pesquisa de Intenção de Consumo da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), embora ainda sob os efeitos da pandemia de Covid-19, o Dia dos Pais será responsável por um aumento de 8,5 pontos percentuais na taxa que mede a intenção de compra no estado, na comparação com o mês anterior (julho).
Isso significa que 40,9% dos consumidores mineiros pretendem ir às compras em agosto (em julho esse índice foi de apenas 32,4%). Por outro lado, 59,1% responderam que permanecerão cautelosos e irão realizar investimentos para garantir sua segurança futura. O levantamento foi realizado pela FCDL-MG entre os dias 7 e 27 de julho de 2021, com 210 consumidores de todo o estado.
De acordo com a pesquisa, para aqueles que irão às compras, os itens que se destacam são os de supermercados/hipermercados e farmácias/medicamentos, que lideram o ranking com 25,6% cada. Em seguida, figura o vestuário com 17,9% da preferência.
Para o economista da FCDL-MG, Vinícius Carlos Silva, esses índices evidenciam que o consumidor segue priorizando a compra de itens de primeira necessidade. “Como a economia ainda demonstra instabilidade, com altas taxas de desemprego, a população está em alerta e prefere gastar com alimentação e medicamentos”, afirma.
Entretanto, os dados do levantamento revelam que, para aqueles que pretendem comprar presentes para o Dia dos Pais, o ticket médio ficará em torno de R$ 176 reais, sem contar com almoço ou jantar especial. Os itens que terão maior procura serão roupas, calçados, perfumes e cosméticos.
“Esse é um bom momento para o lojista aumentar suas estratégias de vendas, com foco em promoções que realmente possam atrair o consumidor. Os descontos, cashbacks e a utilização de parcerias para aumentar a vendas podem ser o caminho para aferir resultados positivos maiores do que o esperado”, ressalta Vinícius Carlos.
Parcelamento no cartão
O cartão de crédito parcelado será a forma de pagamento mais utilizada, com 48% da preferência. À vista, cartão de débito ou PIX respondem por 30% da escolha, desde que haja atrativos para a utilização dessas opções, como descontos.
O economista da FCDL-MG, no entanto, alerta para a necessidade de os consumidores ficarem atentos entre a diferença entre o pagamento à vista e os juros embutidos nas parcelas divididas pelo cartão de crédito. “É preciso fazer as contas, pois, embora o cartão de crédito seja uma boa opção, muitas vezes, o parcelamento pode onerar o orçamento, se acrescido de juros”.
E-commerce
Segundo Vinícius Carlos, vale lembrar que as vendas digitais têm ganhado cada vez mais espaço. Cerca de 79% dos consumidores comprarão pela internet, dado a comodidade, preço e possibilidades de entradas em sistemas de fidelidades. “O lojista deve se conectar ao máximo aos canais digitais, com foco na ampliação das possibilidades de vendas. Essa tendência cresceu com a pandemia e veio para ficar”, afirma.
Cautela
Embora o Dia dos Pais traga otimismo para o comércio, a pesquisa indica que a maior parcela da população (59,1%) ainda pretende investir/poupar. Para 31,7% dos entrevistados o foco será a poupança. Logo em seguida, figuram os fundos de investimentos (22,0%), a previdência privada (17,1%), ações (14,6%), capitalização (7,3%) e tesouro direto (7,3%).
“A economia ainda patina, por isso muitos preferem poupar. Mas já vemos sinais de recuperação, principalmente em função do avanço da vacinação em todo o país, que injeta uma boa dose de segurança no mercado, nos empresários e na população de modo geral. A expectativa é de que haja uma retomada econômica daqui para frente”, prevê o economista da FCDL-MG.
