Avião com jogadores da Chapecoense a bordo cai na Colômbia



O avião que transportava o time de futebol da Chapecoense sofreu um acidente na Colômbia. Segundo as autoridades, 75 pessoas morreram e seis sobreviveram ao impacto. Entre os sobreviventes estão Alan Ruschel, Hélio Zampier Neto, Jackson Follmann e uma comissária. O jogador Marcos Danilo Padilha chegou a ser levado para o hospital, mas não sobreviveu.

O avião da companhia aérea Lamia que levava o time catarinense caiu na madrugada de hoje (29/11), com 81 pessoas a bordo, sendo 72 passageiros e 9 tripulantes, entre os municípios de La Ceja e La Unión, na Colômbia. Segundo o controle aéreo da região, o avião informou ter sofrido uma falha elétrica.

A Chapecoense viajava a Medellín, onde a equipe disputaria a final da Copa Sulamericana amanhã (30) contra o Atlético Nacional. O avião se chocou com o solo em uma região montanhosa na cidade de La Union. O Corpo de Bombeiros informou que o piloto soltou o combustível ao longo de voo para evitar uma explosão.

O voo partiu de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. A causa do acidente ainda não foi esclarecida.

O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, disse que seguirá para a Colômbia num avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na tarde desta terça-feira 29), saindo de São Paulo, para ajudar na identificação dos corpos das vítimas. Buligon pediu apoio à Presidência da República, que colocou à disposição duas aeronaves. No primeiro voo vão embarcar, além do prefeito, médicos do Chapecoense.

“Temos que deixar a carga emocional de lado porque vamos para reconhecer corpos. Eles (na Colômbia) estão pedindo autoridades de Chapecó. Vou para Medellín com médicos e outras pessoas que possam ajudar na identificação. Acredito que vamos sair daqui perto das 16h “, declarou o prefeito, abalado.

O outro avião da FAB, de grande porte, ficará à disposição para trazer os corpos, quando liberados pelas autoridades da Colômbia.

No início desta tarde, 35 corpos já haviam sido resgastados. São cerca de 150 pessoas envolvidas nas buscas, que começaram já pela madrugada.Quando o avião caiu, de acordo com populares ouvidos pelo canal de TV TeleMedellín, chovia muito forte na região.

A chuva cessou nas últimas horas, o que facilita o trabalho dos socorristas. Imagens dos escombros mostram que apenas uma pequena parte da fuselagem do avião, que caiu em um morro íngreme, perto de algumas árvores altas. O restante da aeronave ficou destruída. Apenas sete pessoas foram resgatadas com vida, sendo que uma delas já faleceu: o goleiro Danilo, herói da classificação à final. Seguem internados o goleiro Follmann, o o lateral-direito Alan Ruschel, o jornalista Rafael Henzel e os tripulantes Ximena Suárez, auxiliar de voo, e Erwin Tumiri, técnico da aeronave. O zagueiro Neto foi o último resgatado, horas depois dos demais, e está internado em estado gravíssimo.

Mudança de voo

A delegação da Chapecoense teve de mudar seu voo para Colômbia na segunda-feira (28) por uma decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que impediu a viagem para Medellín em um voo charter, por isso a time teve de embarcar no avião comercial que se acidentou pouco antes de chegar na cidade colombiana.

Mudar de avião e deixar a cidade de São Paulo duas horas depois do previsto pelos diretores do clube catarinense foi o início de uma tragédia cuja sua verdadeira magnitude ainda é desconhecida.

A Chapecoense jogaria na quarta-feira (30), em Medellín, a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Nacional de Medellín, e pretendia viajar para a cidade colombiana em um voo fretado, que não foi autorizado pela ANAC.

Os diretores da equipe catarinense mudaram a programação e fizeram conexão para a Colômbia a partir do Aeroporto Internacional Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em um voo da companhia aérea LaMia.

A aeronave tipo RJ85 e matrícula CP2933, com nove tripulantes e 72 passageiros, era aguardada no Aeroporto Internacional José María Córdova, em Medellín.

A comissão técnica da Chapecoense, comandada pelo técnico Caio Júnior, tinha planejado chegar na madrugada desta terça-feira ao hotel e treinar horas depois no estádio Atanasio Girardot, local da partida, o compromisso mais importante da história do time catarinense fundado há 43 anos.

O presidente do Nacional de Medellín, Juan Carlos de la Cuesta, disse estar consternado com a notícia e ao lado de outros diretores do clube seguiu para o local do acidente.

No Brasil, o presidente Michel Temer lamentou a tragédia com a equipe de futebol e decretou luto oficial de três dias pela tragédia aérea com o time da Chapecoense na Colômbia.

O governo de Santa Catarina lamentou hoje (29) o acidente aéreo que fez vítimas entre a delegação da Chapecoense, jornalistas e tripulação. O avião seguia para Medelin, na Colômbia, onde seria disputada a primeira final da Copa Sul-Americana, e caiu no município de La Ceja, já nas proximidades de seu destino.

“O governo de Santa Catarina lamenta profundamente a tragédia com a delegação da Chapecoense, jornalistas e tripulação do voo. Solidariedade às famílias”, publicou em sua conta no Twitter.

O prefeito reeleito de Chapecó, Luciano Buligon (PSB-SC) e o deputado estadual Gelson Merisio (PSD-SC), presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, estavam entre os 72 passageiros listados para voar para a Colômbia no voo da Chapecoense que caiu nas proximidades de Medellín, mas não embarcaram.

“Nós estávamos previstos para estar nesse voo. Inicialmente a gente iria num voo fretado, mas a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) não liberou e nós optamos por ir em voo regular hoje de tarde. Mas voltaríamos nesse voo (que caiu)”, contou Buligon à Rede Globo. Em nota, a prefeitura de Chapecó relatou que o prefeito está em São Paulo e partiria a Colômbia em voo comercial, à tarde. “A Prefeitura de Chapecó manifesta profunda preocupação com o lamentável ocorrido, solidariza-se com todos os envolvidos e aguarda novas informações”, disse a prefeitura.

Sobreviventes

O médico Guillermo Molina, do Hospital San Juan de Dios, confirmou na tarde desta terça-feira que o goleiro reserva da Chapecoense, Jackson Follmann, um dos sobreviventes do acidente com o avião do clube, teve uma perna amputada. Ele é um dos seis sobreviventes da tragédia e foi um dos primeiros a ser resgatado, ainda no início da madrugada na Colômbia. O goleiro titular Danilo também chegou a ser levado a um hospital de Medellín com vida, mas não resistiu aos graves ferimentos ocasionados pela queda da aeronave.

Também estão internados outros dois jogadores da Chapecoense: o lateral-direito Alan Ruschel, que é o que estaria em melhores condições de saúde, e o zagueiro Neto. Este só foi resgatado mais de 6 horas depois da queda do avião, com um grande corte na cabeça. Como chovia muito e fazia frio no local do acidente, ele foi resgatado com hipotermia e, segundo um socorrista, apenas mexia os olhos.

Os demais sobreviventes são o jornalista Rafael Henzel, a comissária de bordo Jimena Suárez e o técnico da aeronave Erwin Tumiri. Ainda não há a confirmação oficial dos mortos, ainda que a polícia já não acredite que possa encontrar sobreviventes entre os escombros.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) suspendeu oficialmente o segundo jogo da final da Copa do Brasil, que aconteceria nesta quarta-feira (30), por conta do acidente com o avião da Chapecoense. Mais informações sobre o duelo entre Grêmio e Atlético Mineiro serão dadas ao longo do dia.

(com Estadão Conteúdo, Agência Brasil, Agência Ansa e EFE)

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