O segundo turno das eleições para prefeito do Rio de Janeiro será disputado entre os candidatos Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL). Segundo a Justiça Eleitoral, com 99,99% dos votos apurados neste domingo (2), Crivella tinha 842 mil votos, o que corresponde a 27,78% dos votos válidos. Freixo recebeu 553 mil votos, o equivalente a 18,26%.
Veja o resultado:
– Marcelo Crivella (PRB): 27,78%
– Marcelo Freixo (PSOL): 18,26%
– Pedro Paulo (PMDB): 16%
– Flávio Bolsonaro (PSC): 14%
– Indio Da Costa (PSD): 8,99%
– Osorio (PSDB): 8,62%
– Jandira Feghali (PC do B): 3,34%
– Alessandro Molon (REDE): 1,43%
– Carmen Migueles (NOVO): 1,27%
– Cyro Garcia (PSTU): 0,19%
– Thelma Bastos (PCO): 0%
Em entrevista coletiva logo após a confirmação, Crivella disse que vai procurar alianças para segundo turno: “Política se faz com parcerias”, disse.
Freixo comememorou a vitória nos Arcos da Lapa, onde acompanhou a apuração com seus eleitores. “Essa cidade é nossa. Nós derrotamos o PMDB em homenagem à democracia brasileira”, declarou.
Perfis
O bispo licenciado Marcelo Crivella, de 58 anos, se elegeu para o primeiro cargo político em 2002. Então filiado ao Partido Liberal (PL), virou senador pelo RJ, com 3,5 milhões de votos. A 1ª candidatura para a Prefeitura do Rio foi em 2004, quando terminou em segundo.
Em 2006, fundou, junto com o então vice-presidente da República José Alencar, o PRB, pelo qual concorreu ao governo do estado ficando em 3º lugar. Em 2008, Crivella se candidatou à Prefeitura novamente e ficou em 3º lugar. Em 2010, se reelegeu ao Senado, também pelo PRB. Em 2012, assumiu o Ministério da Pesca no 1º governo Dilma Rousseff. Deixou o governo em 2014 para se candidatar ao governo do estado e perdeu no segundo turno para Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Marcelo Freixo, 49 anos, se elegeu pela primeira vez à Assembleia Legislativa em 2006 pelo PSOL. O segundo mandato, como segundo deputado mais votado, ocorre em 2010.
Em 2012, ele concorreu pela primeira vez à Prefeitura e perdeu para Eduardo Paes. Em 2014, voltou a disputado uma vaga na Alerj onde se elegeu como deputado estadual mais votado do Brasil. De 2000 a 2004 foi filiado ao Partido dos Trabalhadores.
Freixo destacou na sua campanha a reformulação do sistema de transporte no Rio de Janeiro. A mobilidade urbana foi uma das principais bandeiras de sua campanha no primeiro turno. Ele prometeu trabalhar por uma integração maior entre os meios de transporte e disse que, se for eleito, vai criar um fundo para conseguir reduzir o valor das tarifas.
Para isso, o candidato disse que vai elevar o ISS das empresas de ônibus que, hoje, pagam uma alíquota reduzida, de 0,01%. Repetiu várias vezes que vai abrir a “caixa preta” da federação das empresas de ônibus e que quer que o mesmo bilhete sirva pra todos os tipos de transporte.
Na área da saúde, ele defendeu a ampliação de leitos em unidades hospitalares sob a administração municipal e a realização de uma auditoria dos contratos das organizações sociais que administram algumas unidades de atendimento do Rio.
Crivella afirmou que a saúde e a eduvação são suas prioridades. O lema da campanha no primeiro turno foi “Agora é hora de cuidar das pessoas”. Na área da educação, ele disse que vai utilizar as Parcerias Público-Privadas para gerar 20 mil vagas em creches e que, até 2020, metade das crianças estarão estudando em horário integral.
Na área da saúde, Crivella disse que vai investir mais de R$ 1 bilhão. Uma das prioridades é comprar equipamentos. Ele prometeu negociar com os governos Federal e Estadual para assumir a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele ainda afirmou que vai remanejar dinheiro da publicidade e das obras de urbanização para melhorar a saúde.
Campanha
Ao longo da campanha, pesquisas sempre apontaram Crivella no segundo turno. Os outros candidatos brigaram pelo direito de disputar a prefeitura com ele até o último momento. As últimas pesquisas do Datafolha e Ibope, divulgadas no sábado (1º), mostraram Marcelo Freixo à frente do candidato Pedro Paulo (PMDB), seu principal adversário durante toda a campanha.
Durante toda a campanha Crivella fez questão de destacar que é candidato Ficha Limpa, prometendo governo transparente e ético. Quando questionado nos debates e entrevistas sobre sua ligação com a Igreja Universal, ele disse que não mistura política com religião e que tem que ter cuidado com a ética.
Os apoios também pautaram as duas candidaturas. Faltando uma semana para a eleição, o senador Romário (PSB) anunciou apoio à candidatura de Crivella. Ele estiveram juntos em alguns eventos públicos na cidade no final da campanha.
Em junho, antes do início da campanha os ainda pré-candidatos Alessandro Molon (Rede), Jandira Feghali (PCdoB) e Marcelo Freixo (PSOL) se reuniram para fazer uma frente de esquerda para enfrentar candidatos das forças conservadoras, como eles chamavam os candidatos do PMDB, PRB, PSDB e PSC. Eles decidiram juntar forças para o segundo turno.