Segundo pesquisa as ocorrências são mais comuns entre as mulheres
A redução de peso poderia evitar ao menos 15 mil casos de câncer por ano no Brasil. Esta foi a constatação de um estudo realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com colaboração da Universidade de Harvard. A pesquisa mostrou ainda que, até 2025, casos da doença ligados à obesidade e ao sobrepeso devem chegar perto do dobro, totalizando 29 mil ocorrências.
O estudo, resultado de uma bolsa de pesquisa no exterior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), apontou que 3,8% dos 400 mil casos de câncer diagnosticados por ano no País estão ligados ao peso elevado. O levantamento também constatou que as ocorrências são mais comuns em mulheres.
Para o cirurgião endoscopista e nutrólogo Bruno Sander, diretor clínico do hospital dia Sander Medical Center, em Belo Horizonte, o primeiro do Estado especializado no tratamento do sobrepeso e da obesidade, isso se deve ao crescimento no poder econômico dos brasileiros nos últimos anos. “Esse crescimento propiciou o aumento dos hábitos de consumo, mas a busca por uma alimentação mais saudável ficou estacionada”.
Por isso, o médico garante que muitos desses casos podem ser evitados com um estilo de vida mais saudável, incluindo alimentação equilibrada e prática de atividades físicas. “A maior dificuldade é convencer o paciente a abrir mão das facilidades e comodidades que a vida moderna oferece no que diz respeito à alimentação e deslocamento. É difícil para a grande maioria preparar uma refeição saudável em casa, já que encontram tudo pronto, industrializado e congelado. Da mesma forma em optar por subir as escadas do prédio, já que pode pegar o elevador”.
Para aqueles que não obtiveram êxito com a dieta associada à atividade física, o ele indica outros tratamentos. “Quem tem o Índice de Massa Corporal (IMC), acima de 27 pode recorrer ao uso de um balão intragástrico para potencializar a perda de peso, por ser um método endoscópico e pouco invasivo. Já nos casos extremos e de obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica é indicada. Além disso, para os pacientes que realizaram a bariátrica, mas voltaram a ganhar peso o procedimento de Plasma de Argônio pode ajuda-los a emagrecer novamente. Mas, todas as técnicas devem ser realizadas sempre por um médico endoscopista”, garantiu Sander.
Políticas públicas
Além disso, os dados do estudo revelam a necessidade de mudança de hábitos, com a inclusão de políticas que incentivem a alimentação saudável e a prática de atividades físicas. “É de extrema importância políticas que regulamentam a venda, publicidade, rotulagem, taxação de certos alimentos, como bebidas açucaradas, que incluem sucos e refrigerantes”, garantiu Sander.
Fonte: Bruno Sander, médico cirurgião endoscopista, especialista em gastroenterologia e nutrologia. É diretor clínico do hospital dia Sander Medical Center, em Belo Horizonte (www.sandermedicalcenter.com.
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