Dirigido por Alan Veste, musical da ópera rock ‘Tommy’, do The Who, chega a Belo Horizonte



Criado no período do pós-guerra, na Inglaterra, um menino fica cego, surdo e mudo após sofrer traumas de infância. Tentando se refazer, o garoto descobre seu talento para o pinball e torna-se um ídolo nacional do jogo e uma espécie bizarra de messias. Esse é o enredo de “Tommy” (1969), do The Who, considerada a primeira ópera rock da história. Em 1975, o disco ganhou um emblemático filme, dirigido por Ken Russel, que conta, além da banda inglesa, com nomes como Tina Turner, Eric Clapton e Elton John no elenco.

Décadas depois, a história continua reverberando, como prova o musical “The Who’s Tommy – A Ópera Rock”, dirigido pelo premiado diretor teatral Alan Veste. O espetáculo, que estreou na Inglaterra em 2017, chega a Belo Horizonte no dia 17 de março, no Grande Teatro do Palácio das Artes.

A montagem conta com uma banda formada por oito músicos e dezenas de atores e atrizes que interpretam personagens poderosos como Tommy (Gary Brown), Acid Queen (Joanna Male) e O Pastor (Terry O’Shea). Por meio de projeções, o musical relembra o filme que marcou a geração dos anos 70. “Foram poucas as óperas rock que viraram filme. E ‘Tommy’, além de ser a primeira delas, é sem dúvidas uma das mais marcantes”, afirma o radialista mineiro Marcos Kacowicz, do programa especializado em rock “Kacophonia”.

Para Kacowicz, uma das cenas mais icônicas do filme é quando Tommy descobre a cura de seu trauma. “O pai dele, o capitão Walker, chega da guerra e encontra a mãe com outra pessoa. Os dois brigam e o amante mata o capitão, na frente de Tommy, que ali tinha apenas sete anos. Depois disso, ele fica cego, surdo e mudo”, relembra. “Na cena de ‘Pinball Wizard’, Tommy conhece o jogo e tornar-se campeão. Cada um tem uma cura e aquela era a dele”, completa, criticando o caráter messiânico que o personagem ganha a partir daí. “Não curto o lance da religião. Para mim, é uma grande escravidão mental”.

Sobre o disco, porém, o radialista é só elogios. “O álbum tem um andamento operístico, com diferentes partes que criam climas calmos e intensos, trazendo a estrutura e a dramaticidade que a música erudita pede. Na minha opinião, o período áureo do The Who foi entre 69 e 71”, afirma. “É uma das maiores bandas de rock da história. Em termos de conceito e composição, são bem superiores que os Stones”, defende.

Serviço: “The Who’s Tommy – A Ópera Rock”. Dia 17 de março, às 19h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537 – Centro). Ingressos: de R$ 110 a R$ 300. 

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