LGPD precisa entrar na pauta das empresas brasileiras, alertam especialistas



Imagem: Lumiun.

Evento on-line ajuda a tirar dúvidas sobre proteção de dados no setor automotivo e destaca importância de práticas que realmente impeçam vazamento de dados

O Brasil sofreu em 2020 mais de 3,4 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, passando por uma onda de vazamento de dados nunca antes vivenciada. Num dos mais recentes episódios, mais de 200 milhões de brasileiros tiveram seus dados vazados por hackers, deixando à mostra a fragilidade das empresas quanto à capacidade de proteger dados no Brasil. Alguns fatores contribuem para esse cenário, entre eles, o fato de que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde setembro do ano passado, chegou tarde e ainda não conseguiu fazer com que todas as empresas deem a devida importância ao assunto.

Na avaliação de especialistas, o Brasil ainda precisa avançar muito para se colocar em posição de conformidade com a nova lei. “A LGPD requer uma mudança de mentalidade que precisa ser absorvida por todo o mercado. As regras já estão valendo e as empresas precisam correr para se adequar às novas exigências. A adaptação à LGPD é um processo constante, e a partir de agora isso precisa ser levado em conta em todos os serviços e atividades”, alerta o especialista em LGPD, Marcio Conceição, co-founder e Chief Technology Officer da PhoneTrack.

A proteção de dados tem despertado a atenção do setor automotivo, que lida com uma enorme quantidade de informações de consumidores. Em janeiro, foi identificado um vazamento de dados que expôs informações pessoais de 5,1 milhões de motoristas e 104 milhões de veículos, incluindo marca, modelo, chassi, número da placa e CNH distribuídos livremente pela internet. “Esse vazamento impressiona porque, segundo números oficiais do Denatran, em dezembro de 2020 o país contabilizava 107.948.371 veículos registrados, o que significa que quase a totalidade de veículos brasileiros tiveram dados expostos na internet”, afirma Conceição. As informações vazadas podem ser usadas para diversos tipos de ilícitos, incluindo clonagem de chassi, clonagem de documentos do carro e envio de multas falsas ao proprietário do veículo.

Para estimular o debate sobre o tema e esclarecer dúvidas, A PhoneTrack promove, em parceria com a Tecnobank, a webinar “Desmistificando a LGPD no setor automotivo”, no dia 5 de março. Para o evento, Conceição recebe Marcelo Castilho, diretor de Vendas da PhoneTrack, e Gabriel Hayduk, Data Protection Officer (DPO) na Tecnobank.

Hayduk lidera o programa de adequação à LGPD da Tecnobank, uma empresa de tecnologia para negócios, com atuação voltada ao setor de financiamento de veículos. Para o especialista, o Brasil só irá de fato consolidar um cenário de real proteção de dados no país quando todas as empresas e negócios, grandes ou pequenos, se debruçarem sobre o tema e incluírem essa preocupação em suas pautas. “É preciso trabalhar para que sejam criadas e implantadas práticas que realmente impeçam vazamentos ou o tratamento inadequado de dados. Isso se consegue com políticas de privacidade incorporadas aos processos internos e à cultura empresarial”, ressalta. Para Hayduk, não basta apenas comprar softwares robustos no mercado se não houver colaboradores realmente dedicados a proteger dados pessoais. “Existem inúmeras formas de combater as adversidades durante o projeto de adequação e uma das mais importantes, nesse contexto, é ter pessoas genuinamente engajadas nesse grande desafio”, destaca.

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