Volta às aulas: ressocialização é desafio para crianças



Psicóloga dá dicas de como ajudar os pequenos na readaptação da rotina escolar

Há quase um ano com aulas remotas, aos poucos, as crianças estão voltando às salas de aula. Nesse cenário, surge a incerteza de como será o desempenho escolar e a relação com os demais alunos e professores. “Acredito que será necessário adotar uma  reconstrução das relações afetivas das crianças juntamente com a manutenção das regras sociais, como a compreensão e adoção de princípios básicos e o respeito em relação ao outro”, explica a psicóloga Telma Oliveira.

Outro ponto que precisa ser restabelecido é  a questão do tempo. Separar hora do lanche, da atividade escolar e das brincadeiras com os colegas. “Em casa, as crianças tinham um horário mais livre, sem uma supervisão mais firme. Na volta às aulas, é preciso estabelecer esses limites e para que isso aconteça, é necessário trabalho conjunto entre pais e professores”, frisa.

É preciso ter um bom diálogo com os pequenos e entender suas necessidades e dificuldades. “A abordagem é voltada para o aluno,  reconhecendo os sentimentos mais básicos, evitando julgamentos e assim desfazer as desorganizações causadas pela pandemia de forma leve e saudável”, afirma a psicóloga.

Tudo em seu tempo

A pandemia mudou a rotina de todos, logo, voltar ao que era antes é um desafio e tanto até para os adultos.  “Essas mudanças podem causar estresse, tristeza e ansiedade, que em crianças são ainda mais fortes. Por isso, as mudanças devem ser feitas aos poucos, nada de exigir uma adaptação rápida, assim como nós adultos, cada criança tem seu tempo”, aconselha.

Também é necessário ficar atento em relação ao comportamento dos pequenos, tanto os pais quanto professores. “Qualquer sinal anormal no comportamento, agressividade, choro frequente e dificuldade de concentração pode indicar algum problema ou transtorno desenvolvimento em meio às mudanças de rotina geradas pelo isolamento social. Caso, os comportamentos sejam frequentes e não apresentem melhoras, procure ajuda de um psicólogo”, finaliza Telma.

Fonte: Telma Oliveira é psicóloga e especialista em gestão de pessoas, psicologia médica, neuropsicologia, terapia sistêmica e TDAH (@telmaoliveirapsicologa).

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