Balão intragástrico ou cirurgia bariátrica: quais as indicações de cada procedimento?



Técnicas são seguras e eficazes para promover emagrecimento

Arredondando, e sem nenhum trocadilho, 6 em cada 10 brasileiros estão acima do peso considerado ideal, segundo a pesquisa mais recente do Ministério da Saúde, com dados consolidados de 2021. Entre aqueles considerados obesos, com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, o número dobrou em 15 anos: de 11,86% da população, em 2006, para 22,35%, no último ano.

O problema do ganho de peso nem sempre é estético e pode se relacionar a diversos problemas de saúde, como diabetes, aumento do risco de infarto e inflamações no fígado. Em casos avançados, os especialistas recomendam soluções mais diretas e objetivas, como o balão intragástrico e a cirurgia bariátrica. Mas quando cada um desses procedimentos é mais indicado?

Sem nenhum tipo de corte e, portanto, menos invasivo que uma cirurgia, o balão intragástrico é um equipamento de silicone inserido no estômago do paciente. “Ele proporciona saciedade ao paciente, de forma a pessoa não sente a necessidade de comer com tanta frequência e em grandes quantidades. Consequentemente, diminui o peso na balança”, explica Dr. Leonardo Salles de Almeida, cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO). A indicação é para pacientes com IMC acima de 35.

O balão é inserido no corpo por meio de um procedimento endoscópico, com sedação, pela boca, ainda vazio. Dentro do estômago, ele é preenchido com um soro e um líquido azul: caso estoure, a urina e as fezes ficarão dessa cor, indicando que o paciente deve procurar o médico para recolocação. “Devido a seu material, o equipamento se adapta facilmente ao corpo, sem necessidade de internação: a pessoa deve apenas repousar na clínica ou no hospital por algumas horas”, informa Salles.

Mas há um período de adaptação, entre três a cinco dias posteriores à aplicação, em que mais de 80% dos pacientes apresentam desconforto abdominal, com sintomas como cólica, náusea, refluxo e vômito. Depois de uma semana, a vida segue o ritmo normal – mas com menos calorias. “A primeira fase tratamento pode durar até seis meses, com perda média de 15% a 20% do peso corporal. Se for necessário, a aplicação pode ser refeita por mais seis meses, totalizando 30% de emagrecimento”, descreve o médico. Nesse período, é importante seguir uma dieta orientada e fazer atividades físicas regularmente.

Já a cirurgia bariátrica, a gastroplastia, reduz, literalmente, o tamanho do estômago e altera sua ligação com o intestino. Ao mudar o formato original do órgão, a técnica impede que o paciente coma a quantidade de alimentos a que estava acostumado. “Para efeito de comparação, o estômago de uma pessoa não operada tem capacidade para consumir entre 1 a 1,5 litro de alimentos. Depois da cirurgia, a quantidade cai para, no máximo 200 mililitros. Ela é indicada a pacientes com IMC acima de 40, ou acima de 35 com doenças associadas à obesidade, como hipertensão e diabetes”, informa o cirurgião bariátrico. Segundo ele, a gastroplastia costuma resultar em redução de 35% a 40% do peso corporal.

Embora seja uma técnica segura, a gastroplastia exige uma avaliação prévia multidisciplinar, para evitar qualquer tipo de risco à vida do paciente. Em alguns casos, quando o IMC está acima de 55, é preciso, primeiro, inserir o balão, para reduzir um pouco do peso e, aí sim, submeter-se à cirurgia. O procedimento prevê anestesia geral e internação de pelo menos três dias. De início, a alimentação consiste apenas em líquidos; depois, por refeições pastosas; por fim, gradualmente, vêm os alimentos sólidos. Todo o processo deve ser rigidamente acompanhado por médico e por um nutricionista. Atividades físicas só são liberadas depois de alguns meses.

Tanto o balão intragástrico quanto a cirurgia bariátrica são muito eficientes para combater a obesidades e as doenças decorrentes dela. “Mas a resposta de qual é a mais recomendada para cada caso só é obtida depois de uma consulta médica individualizada, amparada por exames e pelo histórico familiar”, ressalta Salles.

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