dotART galeria apresenta exposições dos artistas Rafael Prado, Maria Fernanda Lucena e Laura Villarosa



Rafael Prado – Divulgação. 

As três nova mostras individuais estreiam dia 9 de maio

A dotART galeria vai apresentar 3 novas mostras simultâneas para abrir oficialmente a temporada de 2023, em que a pintura atual é suporte principal. O artista Rafael Prado faz a sua estreia na galeria, enquanto Maria Fernanda Lucena e Laura Villarosa retornam com novos trabalhos à casa. As exposições ficam em cartaz de 9 de maio a 25 de julho. A visitação é gratuita.

Para Wilson Lázaro, curador da galeria, “os trabalhos comunicam-se um com o outro, porém cada um segue o seu caminho. O cotidiano, a natureza, as questões sociais são temas que permeiam as três exposições. O trabalho da Laura fala sobre luminosidade, sobre o nascer do dia: como ela traz a luz para o desenho? É uma amanhecer que sai por trás da obra. Já a Maria Fernanda tem uma pintura sobre a natureza individual de cada um. De surpresa, que levanta sensações particulares, uma criação que comunica com a natureza das pessoas. O Rafael Prado, por sua vez, traz um trabalho denso, que fala de questões ambientais, mas como uma celebração do cotidiano da floresta”, aponta.

Questões ambientais na pintura de Rafael Prado

Rafael Prado, natural de Porto Velho, Rondônia, reside atualmente no Rio de Janeiro e aciona uma memória afetiva com a natureza para criar sua nova exposição. O título da mostra individual que chega em Belo Horizonte é “Lembro das árvores de quando eu ainda nem era nascido”. Ele trabalha com pintura e temas de cunho social e revela: “O título vem de uma memória de infância que eu tenho. Lá em Porto Velho tem uma capela, quase que da fundação da cidade e eu lembro que minha mãe um dia me levou para um passeio histórico nessa capela e eu senti que já conhecia aquele lugar. Só que na lembrança que me ocorreu, a capela era de outra cor e tinham muitas árvores grandes em volta. E quando visitei quando criança, já não era assim. É inspirado em uma memória anterior a mim. É uma memória ancestral”.

Em sua obra, ele traz imagens do cotidiano da região combinadas com o misticismo. Além de enquadramentos de paisagens da Amazônia, o pintor também vai apresentar uma série de imagens antropomórficas, cujo os personagens são ativistas do meio ambiente desenhados como árvores.

“Kodak”: Criações analógicas de Maria Fernanda Lucena

Já Maria Fernanda Lucena traz a pintura em diferentes suportes, explorando “caixas”, papelão, molduras antigas e objetos em “Kodak”, sua nova exposição na dotART. Em referência à indústria de filmes e fotografia, ela revive as cores da memória com um resgate de frames e imagens analógicas encontradas em antiquários e feiras, guardados por ela, para ganhar novas camadas.

“Kodak’ é uma exposição concebida especialmente para a galeria dotART, quando a pintura se aproxima de um tempo analógico onde as imagens manifestam-se como uma impressão numa superfície querendo se distanciar do modo `digital` fragmentado e decomposto em milhões de números”, afirma a artista. São retratos e paisagens pintadas em diferentes estruturas e texturas. “Relaciono o analógico à pintura, com o material, é a minha versão dessas paisagens, ora expandidas, ora cortando e combinando as paisagens. A minha memória de infância tem a cor dessas fotos, como a gente fotografava muito, a textura dessa fotografia fica na minha percepção desse tempo. Essas pinturas também têm essa camada de memória, dessa cor presente na fotografia dos filmes analógicos”, aponta.

A Aurora de Laura Villarosa

A terceira exposição simultânea que ocupa os espaços da dotART galeria é “Aurora”, de Laura Villarosa, uma ode à restauração da natureza e ao recomeço da vida. Incorporando bordado, tapeçaria e pintura, Laura traz seu primeiro trabalho em grande formato. A obra “Aurora”, que dá nome à série de trabalhos em exposição, tem 1,40 m x 3 m.

“É sobre ciclos da natureza. Dessa vez falo do início, sobre o momento de renovação. É sobre o início da vida e os reinícios que estão presentes em todas as formas de existência”, aponta a artista. A escolha por esse recorte também resgata o contexto do período pós-pandemia, ela conta que “procuro representar momentos de transformação. Especificamente agora, vejo que estamos vivendo um momento coletivo. Todos estamos compartilhando essa sensação de renascimento, de esperança, de recomeçar”, diz.

Sobre Rafael Prado

Rafael Prado, é filho de migrante nordestino e bisneto de indígenas do baixo Rio Madeira. Desde 2017, participa do ateliê de acompanhamento de projetos com Josué Mattos, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e o ateliê Imersões Poéticas, na Casa França Brasil. Entre 2013 e 2016, participou de cursos de formação livre, na Escola de Artes Visuais Parque Lage, com Charles Watson, Fernando Cocchiarale e Suzana Queiroga. Estudou Desenho Industrial, na UFSM (2010) e graduou-se em Design gráfico pela Universidade Estácio de Sá (2014).

Sobre Laura Villarosa

Nasceu em Palermo, Itália, vive e trabalha em Niterói. Sua formação artística começou na infância, tendo realizado cursos livres de desenho e pintura em São Paulo, Roma, na EAV do Parque Lage e Escola sem sítio no Rio de Janeiro. Recentemente participou dos programas da escola sem sítio “Imersões poéticas “e “Poéticas em processo“ com Efrain Almeida. Tem como repertório a pintura, a cor, os processos artesanais, como meios para construir narrativas sobre a paisagem, as questões femininas, o tempo e as ambiguidades da alma humana.

Sobre Maria Fernanda

Depois de ter estudado e trabalhado com indumentária e design de moda, Maria Fernanda Lucena ingressou na EAV- Parque Lage – frequentou diversos cursos e passou a se dedicar ao desenho e à pintura. Atualmente está em cartaz com a exposição “Boneca de Papel”, no Paço Imperial, com curadoria de Bruna Araújo. Maria Fernanda flerta com os desconhecidos. Frequentadora da feira de antiguidades da Praça XV, no centro do Rio de Janeiro, busca imagens em garimpos de fotografias e slides da década de 1970 para servirem de referência para suas pinturas.

SERVIÇO:

Exposições – dotART galeria

Lembro das árvores de quando eu ainda nem era nascido – Rafael Prado

Kodak – Maria Fernanda Lucena

Aurora – Laura Villarosa

Visitação: de 19 de maio a 27 de julho de 2023

Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 18h | sábado, das 10h às 13h

Local: dotART galeria (rua Bernardo Guimarães, 911, Savassi, Belo Horizonte)

Entrada gratuita

Informações: (31) 3261-3910

https://www.instagram.com/galeriadotart/

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