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REZZON: A Nova Voz Que Está Enfrentando Preconceitos e Censura

REZZON


De João Pessoa para o mundo, REZZON nunca teve medo de desafiar expectativas. Nascido na Paraíba, filho de um caminhoneiro e uma técnica de enfermagem, ele construiu sua trajetória com autenticidade, passando de advogado a um dos nomes mais falados da cena musical contemporânea. Com presença em mais de 50 países e seu último lançamento ultrapassando 70 mil streams em menos de 60 dias, ele prova que não há limites para quem desafia padrões. Agora, após consolidar sua identidade artística na Europa, o artista retorna ao Brasil para alavancar sua carreira e reacender debates que muita gente prefere evitar. Seu novo single, “Meu Templo”, a ser lançado no dia 7 de março, vai além da música: é um grito contra a intolerância religiosa – e, como era de se esperar, já está causando incômodo.

“Religião usada como arma: quem lucra com isso?”

“Meu Templo” aborda a intolerância religiosa de forma direta e corajosa, trazendo à tona um tema que muitos preferem ignorar. Para REZZON, a fé deveria unir, e não afastar. “A fé nunca deveria ser usada como arma contra ninguém. Já vi gente sendo expulsa de casa por ser quem é, já vi gente sendo julgada por acreditar diferente. A música é a minha forma de falar sobre isso, de mostrar que no final do dia, Deus não está preocupado com quem você ama, mas com quem você é”, declara o artista.

Mas há quem discorde. Desde o lançamento, REZZON tem sido alvo de ataques de grupos religiosos ultraconservadores, que o acusam de “deturpar” a fé.

A polêmica do ‘playboy’

Com o sucesso crescendo rapidamente, as críticas também aparecem. Alguns o rotulam de “playboy”, uma acusação que ele responde com ironia e sinceridade. “Playboy? Ah, claro. Eu era tão playboy que passei dias vendendo cartão no centro no sol de 40 graus, limpei balde de lixo em restaurante, já bati de porta em porta vendendo roupa. Fui Uber Eats e vi gente rindo da minha cara porque eu tava de motinha fazendo entrega. Então, se isso é ser playboy, acho que tô no conceito errado.”

A verdade é que REZZON incomoda justamente porque não se encaixa nos rótulos. Ele não é o estereótipo do rapper “sofrido”, mas também não é o artista que nasceu com privilégios. Ele está no meio do caminho – um lugar que pouca gente sabe lidar.

REZZON

Xenofobia, homofobia e a tentativa de calá-lo

O caminho até aqui não foi fácil. Como artista LGBTQIA+ e brasileiro na Europa, REZZON enfrentou tanto xenofobia quanto homofobia. Isso fez com que, muitas vezes, ele questionasse se valia a pena continuar. “Muitas vezes. Mas aí eu lembro que a melhor resposta é estar onde disseram que eu nunca ia chegar. Eu não faço música só por mim. Faço por quem também já ouviu que não era bom o bastante. Então não, eu não vou parar. Pelo contrário, vou ficar cada vez maior.”

Mas não são só haters anônimos que tentam calá-lo. Há quem diga que ele foi “cortado” de playlists e eventos por não se encaixar no que o mercado quer. Será que o problema é sua música ou o fato de ele representar uma parcela da sociedade que muitos preferem fingir que não existe?

Com uma mensagem forte, presença marcante e um talento inegável, REZZON não é apenas mais um nome na cena musical. Ele é um símbolo de resistência, de inovação e de coragem. Ele incomoda – e talvez esse seja seu maior mérito.

Acompanhe REZZON nas redes sociais: @r3zzon

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