De Foz do Iguaçu ao Mato Grosso, sua trajetória mostra como a Geografia pode aproximar os alunos da própria realidade
A Geografia, quando bem ensinada, tem o poder de transformar o modo como as pessoas enxergam o lugar onde vivem. Muito além de mapas e capitais, ela conecta o aluno à sua realidade, desperta senso crítico e provoca reflexões sobre pertencimento. É nesse cenário que histórias como a da professora Josiane Horácio Gomes Datsch ganham significado — não por serem incomuns, mas porque representam, com sensibilidade e consistência, a força silenciosa de educadores comprometidos com o que fazem.
Natural de Foz do Iguaçu, no Paraná, Josiane iniciou sua vida profissional muito cedo. Aos 15 anos, ingressou como auxiliar de dentista no consultório de uma profissional que a inspirou não só pela técnica, mas também pelo cuidado com as pessoas. Durante anos, ela conciliou o atendimento à saúde bucal com a rotina escolar, construindo uma base sólida de responsabilidade e disciplina.
Esse primeiro contato com o mundo do trabalho acabou sendo decisivo. Foi atuando em um Centro de Especialidades Odontológicas que ela percebeu a importância do serviço público, do coletivo, e do impacto que a atuação profissional pode ter na vida das pessoas. Mais tarde, essa percepção seria essencial em sua escolha pela educação.
Em 2008, deu início ao curso de Licenciatura em Geografia. E a escolha da área não foi por acaso: sempre se interessou pelas dinâmicas sociais e ambientais dos territórios, e viu no ensino uma maneira de contribuir para que outras pessoas também pudessem compreender o espaço em que vivem. Ao longo da graduação, participou de estágios em escolas públicas, inclusive naquela onde havia estudado na infância — uma experiência que marcou profundamente sua trajetória.
Concluiu a graduação em 2011 e, no ano seguinte, mudou-se para o Mato Grosso, onde consolidaria sua carreira como professora de Geografia. De 2012 a 2022, atuou em instituições públicas e privadas no município de Campo Verde, lecionando para turmas do Ensino Fundamental II e Médio. Sempre com foco em aulas dinâmicas, contextualizadas e alinhadas à Base Nacional Comum Curricular, buscou integrar os conteúdos à vivência dos estudantes.
“A sala de aula precisa fazer sentido para quem está ali. Quando o aluno reconhece o próprio território naquilo que aprende, o processo de ensino e aprendizagem se torna muito mais potente”, afirma.
Esse olhar atento ao contexto local também a levou a atuar em projetos socioambientais com foco em educação geográfica. Em oficinas com comunidades, desenvolveu atividades de mapeamento participativo, produziu materiais didáticos e ajudou a criar espaços de escuta e diálogo sobre o território. A proposta era simples, mas eficaz: usar a Geografia como ponte entre conhecimento acadêmico e realidade vivida.
Com mais de uma década de experiência no ensino público e privado, Josiane desenvolveu habilidades que vão além do conteúdo curricular. Planejamento de projetos interdisciplinares, uso de ferramentas digitais como mapas online e softwares de georreferenciamento, aplicação de avaliações contínuas e, sobretudo, escuta ativa. Ela acredita que a educação só cumpre seu papel quando é inclusiva, atualizada e comprometida com a formação crítica do estudante.
Sua trajetória mostra que não existe fórmula única para ensinar bem, mas sim disposição constante para aprender, adaptar e construir junto. Ao valorizar o território como elemento central do processo educativo, ela contribui não apenas com a formação dos alunos, mas com o fortalecimento da identidade local e da cidadania.
Profissionais como Josiane não buscam reconhecimento individual — seu mérito está no impacto que causam. E, nesse sentido, sua caminhada é um exemplo claro de como a educação, quando feita com propósito, pode ir muito além da sala de aula.
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