Cidades do futuro: como a engenharia sustentável pode enfrentar a crise climática, segundo o especialista Fábio Bernardino



Engenheiro civil  defende o uso de infraestrutura verde e materiais alternativos para reduzir custos, prolongar a vida útil de obras públicas e preparar cidades contra eventos climáticos extremos.

 

As recentes discussões globais sobre mudanças climáticas e os impactos cada vez mais severos de enchentes e ondas de calor recolocam na pauta a necessidade de repensar a forma como construímos nossas cidades. Para o engenheiro civil Fábio Bernardino, especialista em soluções de infraestrutura e gestão de recursos hídricos, o futuro da construção urbana passa, inevitavelmente, pelo uso de infraestrutura verde e materiais alternativos, dentre outras alternativas.

Segundo Bernardino, a adoção desses recursos é capaz de ampliar a resiliência das cidades diante de extremos climáticos, reduzir custos de manutenção e ainda minimizar impactos ambientais. “Hoje já temos muitos materiais que poderiam ser utilizados e que acabam sendo descartados. A mineração é um bom exemplo: o que antes era rejeito, hoje pode ser reaproveitado graças ao avanço tecnológico. Isso abre um leque de possibilidades, permitindo substituir materiais escassos ou de alto impacto ambiental por soluções mais sustentáveis”, avalia.

Para ele, a construção civil brasileira ainda carrega um excesso de sofisticação desnecessária em suas técnicas, aplicando métodos e insumos de alto custo até mesmo em obras simples. “Nós construímos uma casa da mesma forma que construímos um prédio de luxo. Isso gera desperdício de recursos e maior impacto ambiental. Poderíamos simplificar, usando materiais renováveis e biodegradáveis, como madeira de reflorestamento, bambu ou tijolos ecológicos, que além de mais baratos, reduzem emissões de CO₂ e consomem menos energia em sua produção”, explica.

Entre os exemplos citados pelo engenheiro estão o tijolo ecológico, produzido sem queima, e o uso de materiais recicláveis e reutilizáveis, como resíduos da própria construção civil aplicados em pavimentação. Essas alternativas, segundo ele, não só contribuem para reduzir a pegada ambiental das obras como também tornam as cidades mais preparadas para responder a desafios climáticos.

“Quanto mais diversificado for o leque de materiais e soluções, mais adaptados e resilientes serão os projetos urbanos. A natureza já mostrou os limites da forma como construímos no Brasil. A engenharia precisa responder com inovação sustentável para que as cidades do futuro sejam mais humanas, econômicas e resilientes à crise climática”, conclui Bernardino.

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