Banco digital: pandemia acelera revolução financeira



Pesquisa aponta que mais de 70% das transações bancárias foram realizadas por plataformas digitais após o início da pandemia no Brasil

Os bancos digitais foram responsáveis por uma grande revolução no setor financeiro mundial. Transações que antes levavam dias para conclusão, hoje podem ser realizadas na palma da mão em segundos. Porém, muita gente ainda tinha diversas dúvidas sobre a real eficácia e segurança desse sistema. Com o avanço da pandemia da Covid-19, grande parte da população se rendeu aos benefícios desse modelo bancário.

De acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária, no mês de abril, logo após o início da pandemia no Brasil, 74% de todas as transações bancárias foram realizadas em meios digitais. Porém, uma queixa que se tornou comum foi a falta de estrutura que os bancos tradicionais tiveram para atender tal demanda, fazendo com que os canais digitais de atendimento sofressem com instabilidade. Enquanto isso, os bancos digitais perceberam um aumento significativo em seus serviços com crescimento em mais de 150% no número de contas em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo Túlio Iannini, CEO da fintech U4crypto, tais números refletem o poder dos bancos digitais que chegaram para ficar. “A pandemia foi responsável por uma mudança significativa na maneira em que utilizamos nosso dinheiro e como realizamos transações bancárias. Muita gente está conhecendo agora a possibilidade de realizar qualquer operação sem precisar enfrentar filas, sem deslocamento para agências bancárias, resolver processos burocráticos pessoalmente com o gerente e o mais importante: sem taxas e juros altíssimos cobrados em quase todos os tipos de transações. Dessa forma, além do corte de gastos, a agilidade é o maior ponto forte dos bancos digitais”, afirma.

É possível ser dono do próprio banco?

Enquanto a população em geral percebe as vantagens de abrir uma conta digital, do outro lado observa-se também o elevado número de investidores que podem obter inúmeros benefícios. Afinal, já pensou em ter um banco próprio da sua empresa?

Atualmente, com a atuação das fintechs, uma empresa não precisa mais depender de outros bancos para realizar investimentos, fornecer o pagamento de funcionários, entre outras necessidades financeiras. “É possível criar o próprio banco digital com sua marca e ainda auxiliar na recuperação da economia com algo que apostamos para o futuro: a inclusão financeira”, destaca Túlio.

O empresário explica que isso se deve ao fato de que ao proporcionar aos funcionários um meio seguro e ágil de movimentar o próprio ganho mensal, é possível incluir toda a pirâmide da empresa em tal meio. “Hoje vivemos um momento em que muita gente utiliza contas apenas para receber o salário ou obtém muitos familiares que não possuem nenhum tipo de conta em banco, isso foi comprovado através de milhares de contas abertas para receber o auxílio emergencial, por exemplo. Se todas essas pessoas já tivessem uma conta antes de todo esse período conturbado, a movimentação econômica do país seria muito maior”, diz.

Portanto, Túlio acrescenta que ao incentivar mais pessoas a usufruírem dos bancos digitais – algo que também se estende aos familiares e todo círculo social de um indivíduo – é possível incentivar tal inclusão que, segundo expectativa do setor, pode ser a base para se recuperar da crise econômica e alavancar todo o setor financeiro do país. “Além da empresa em si, todas as pessoas que usufruem direta ou indiretamente dos serviços de um banco personalizado serão beneficiados. Afinal, é possível reunir em um único banco desde o presidente da empresa até os funcionários que estão diretamente ligados ao negócio até o pequeno comerciante que revende seus produtos para o consumidor final, por exemplo. As possibilidades nesse tipo de modelo podem ser infinitas”, garante.

Fonte: Túlio Iannini, CEO da U4crypto. Possui mais de 20 anos de experiência em TI e como empreendedor na área. Atuou como Presidente da ASSESPRO-MG e Vice Nacional (Federação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação) entre 2009 e 2012. Participante do programa de aceleração de Startups da ENDEVOR Brasil – Scale Up 2018. É mestrando em Administração com MBA em Gestão da Competitividade e Graduado em Comunicação Empresarial.

Total
0
Shares
Deixe um comentário
Próximo Artigo

CENSA Betim completa 56 anos de história

Artigo Anterior

Setor de energia solar cresce no Brasil, diz pesquisas

Relacionados