Fundação Clóvis Salgado comemora 300 anos de Minas Gerais com concerto dedicado ao centenário da visita dos Reis da Bélgica ao estado



Vídeo relembra homenagem ao compositor Arthur Bosmans e integra as comemorações Minas 300 Anos

Dando sequência ao projeto Palácio em Sua Companhia, a Fundação Clóvis Salgado vai exibir, pelo módulo Memória, mais uma produção com um de seus Corpos Artísticos realizada no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Trata-se do Concerto Minas Experimental com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, que celebrou o centenário do compositor e maestro belga Arthur Bosmans. A reapresentação do concerto marca o centenário da visita do então Rei da Bélgica, Alberto I, e sua mulher, Rainha Elisabeth, ao Estado de Minas Gerais. Acontecimento extraordinário à época, foi a primeira visita de monarcas europeus à América do Sul, e teve como consequência o estreitamento da aproximação comercial entre Brasil e Bélgica.

O vídeo ficará disponível no canal da FCS no YouTube por uma semana, das 18h do dia 29 de setembro (terça-feira) até 18h do dia 6 de outubro (terça-feira), e conta com depoimentos atuais de Oiliam Lanna, maestro convidado pela OSMG para reger o concerto, e Patrick Herman, Embaixador da Bélgica no Brasil, gravados especialmente para a exibição no Canal da FCS. Além dos depoimentos, o vídeo conta com imagens fotográficas da visita dos monarcas à Minas Gerais, parte do acervo iconográfico do Arquivo Público Mineiro. Este evento tem correalização da Appa – Arte e Cultura.

Visita belga ao Brasil – Um dos pontos mais altos e importantes do diálogo belgo-brasileiro completa um século em 2020: trata-se da visita ao Brasil do Rei Alberto I, o Rei Soldado ou Rei Cavaleiro, e da Rainha Elisabeth, entre 19 de setembro e 16 de outubro de 1920. O príncipe herdeiro Leopoldo (Rei Leopoldo III) também se uniu à comitiva real na visita ao Brasil, que passou pelo Rio de Janeiro, por São Paulo e por Minas Gerais. Para os visitantes, o encontro serviu para prospectar negócios em meio à reconstrução pós-bélica, reconhecendo o apoio brasileiro durante a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918). Para os membros de república brasileira, receber o casal às vésperas de completar o primeiro centenário da Independência, era a chance de emitir sinal de estabilidade política, capaz de atrair novos investimentos internacionais.

Bélgica instrumental – O Concerto Minas Experimental foi realizado em 11 de agosto de 2009, em celebração ao centenário do compositor Arthur Bosmans, músico nascido na Bélgica em 1908, tendo posteriormente se naturalizado brasileiro. Bosmans obteve destaque na cidade de Belo Horizonte, onde faleceu em 1991, aos 83 anos. Compositor autodidata, teve como mestres as partituras, estudadas de forma sistemática. As obras de Bosmans têm voz própria, mas dialogam com maestria e elegância com compositores como Ravel, Debussy, Richard Strauss e Gershwin.

No programa, destaca-se La rue, uma rapsódia sinfônica que ganhou, em 1933, o primeiro lugar na competição César Franck do Conservatório de Liège, prêmio de composição belga muito importante que foi determinante para que o compositor obtivesse o devido reconhecimento junto ao público. La vie en bleu, Sinfonietta Lusitana e Trois valses: Viénnoise, Américaine e Française também fazem parte do concerto e foram graciosamente ofertadas ao público. Entre suas obras, elas são exemplos de uma linguagem composicional multifacetada e de um domínio particular da integração entre as artes de compor e orquestrar.

Arthur Bosmans – Ex-oficial da Marinha belga, Arthur Bosmans veio para o Brasil na década de 1940, sendo regente no Rio de Janeiro do Teatro Municipal, da Rádio Nacional e da Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 1945 transferiu-se para Belo Horizonte a convite de Juscelino Kubitschek, onde organizou e dirigiu, sucessivamente, as Orquestras Sinfônicas Municipal e Estadual. Em 1965 foi nomeado professor de Composição e Regência na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais, e até 1975 passou pelos cargos de orientador artístico do Serviço Musical do Estado de Minas Gerais, encarregado do planejamento da Discoteca Estadual, reorganizador dos Conservatórios Estaduais e, na Rádio Inconfidência, foi responsável pela implantação de programas educativos e da formação de uma Orquestra Rádio Sinfônica. Sua atuação no cenário cultural mineiro deixou um importante legado. Merece atenção a atividade do regente que, ao mesmo tempo em que apresentou a Minas obras de grandes nomes da música erudita como Maurice Ravel, Claude Debussy, Jacques Ibert, divulgou, em concertos na França, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, obras de brasileiros ilustres como Edino Krieger, Radamés Gnattali, Francisco Mignone ou Lorenzo Fernandez.

Oiliam Lanna – Mineiro de Visconde do Rio Branco, Oiliam Lanna foi aluno do Conservatório Estadual de Música de sua cidade natal. Em Belo Horizonte, prosseguiu seus estudos na Escola de Música da UFMG, onde se graduou em Composição, sob a orientação de Artur Bosmans. O maestro realizou também cursos de Análise Musical e Composição, ministrados na Fundação de Educação Artística e o Mestrado em Composição, na Faculdade de Música da Universidade de Montreal. É doutor em Linguística pela Faculdade de Letras da UFMG, tendo feito estudos de aperfeiçoamento no Departamento de Linguística da Universidade de Genebra. Radicado em Belo Horizonte, Oiliam Lanna foi regente por oito anos da série Concertos BDMG. Professor do curso de Composição da Escola de Música da UFMG, participa regularmente como convidado em diversos festivais e cursos de música pelo país.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Seu atual regente titular é Silvio Viegas.

#PALÁCIOEMSUACOMPANHIA – A diversidade cultural do Palácio das Artes encanta o público mineiro há décadas. Agora, no período de isolamento social, o propósito é levar cultura a cada um, no aconchego de casa! Desde o dia 3 de abril, a Fundação Clóvis Salgado realiza o projeto PALÁCIO EM SUA COMPANHIA, que disponibiliza ao público a arte dos Corpos Artísticos (Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Coral Lírico de Minas Gerais e Cia. de Dança Palácio das Artes), dos alunos e professores do Cefart, das Artes Visuais e do Cinema, por meio do Facebook, Instagram e YouTube.

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