Relações afetivas é um dos grandes desafios da quarentena



Recomendação para se manter em isolamento dificulta a convivência

Além de todos os transtornos relacionados à epidemia de Covid-19 pelo mundo, nas áreas da saúde e da economia, a recomendação de se manter em isolamento também tem sido um dos principais desafios para o Brasil. Enquanto isso, familiares, amigos, namorados e outros tipos de relações sofrem por serem obrigados a permanecerem longe. Na contramão, alguns casais e famílias sentem a dificuldade em passar mais tempo juntos.

“Nesse momento, temos a difícil tarefa de equilibrar os dois lados. Muita gente se sente impotente durante um surto que pode atingir literalmente qualquer um. Enquanto isso, diversas pessoas não sabem como dialogar e demonstrar preocupação enquanto são obrigados a passarem mais tempo com as mesmas pessoas dentro de casa”, explica o coach emocional, palestrante e escritor Winderson de Sousa.

Distância e afetividade

Em um momento no qual as emoções estão afloradas, muita gente possui cada vez mais dificuldade em dividir o mesmo espaço em tempo integral. Segundo Winderson, o fato de as pessoas terem que lidar com situações conturbadas pode afetar a percepção e o nível de reação. “Quando estamos focados em diversas situações do dia-a-dia, coisas pequenas perdem a importância ao mesmo tempo que podem ser motivo para desavenças. É uma situação ambígua, pois, quando nos vemos presos e dependentes uns dos outros, até os mínimos detalhes nos causam algum tipo de efeito”, aponta.

Em contrapartida, para quem precisa estar longe, as consequências são as mesmas. “Quando não temos alguém para compartilhar nossas angústias e sermos acolhidos, as emoções tendem a ficar ainda mais abaladas. E, como o brasileiro demonstra apoio e acolhimento por meio do toque, uma doença que exige cortar esse tipo de ação faz com que tudo se intensifique ainda mais”, destaca.

O que fazer?

Winderson recomenda que a melhor opção é procurar se afastar dos excessos em primeiro lugar. “Foque nas coisas boas enquanto estiver em casa e esteja presente naquilo que se propor a fazer, ou seja, diminua a intensidade dos pensamentos paralelos enquanto estiver num atividade. Leia um bom livro, assista a programas e filmes que você goste. Cozinhe e faça nada. Sim, faça nada, se dedique também ao ócio para diminuir os pensamentos acelerados. Enquanto isso, canalize as boas sensações e evite se desgastar por situações que podem ser resolvidas pacificamente”, completa.

E, para não se sentir tão isolado, a tecnologia é a maior aliada. “Esteja sempre em contato com quem gosta pelos aplicativos e por telefone. Organize encontros online e brincadeiras. O momento é complicado, mas algumas ações podem minimizar os efeitos ajudar a enfrentar esse desafio”, orienta.

Fonte: Winderson de Sousa, Coach Emocional, Palestrante e Escritor. Atua ajudando pessoas a melhorarem o desempenho nos relacionamentos interpessoais, profissionais e de liderança, através do treinamento de gestão das emoções.

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